A etapa seguinte dos protestos em Cuba
Cuba é um estado totalitário onde, desde a Revolução de 1959, não se permite a existência de nenhum grupo organizado da sociedade civil fora do Partido Comunista. Não existem outros partidos, assim como hão há movimento ambientalista, feminista ou contra o racismo. Também não há sindicatos independentes. Esse vazio torna mais difícil canalizar a revolta...
Cuba é um estado totalitário onde, desde a Revolução de 1959, não se permite a existência de nenhum grupo organizado da sociedade civil fora do Partido Comunista. Não existem outros partidos, assim como hão há movimento ambientalista, feminista ou contra o racismo. Também não há sindicatos independentes.
Esse vazio torna mais difícil canalizar a revolta que os cubanos expressaram nas ruas desde o dia 11 de julho (foto). Em uma entrevista para a televisão estatal, o ditador Miguel Díaz-Canel afirmou que é preciso encontrar soluções comuns aos problemas, mas que esse processo deve acontecer dentro do governo e do Partido Comunista. É tudo o que os manifestantes não querem.
Uma saída pode estar com os militares. Nas gestões de Fidel e, principalmente, de Raúl Castro, eles assumiram diversas áreas da economia. Hoje controlam as lojas e supermercados, as marinas, a empresa que restaura e administra o centro histórico de Havana e os postos de gasolina. Eles ainda têm participações em vários hotéis e administram o Porto de Mariel, reformado pela Odebrecht.
Caso os protestos continuem, eles poderiam pressionar por reformas no intuito de preservar o que conquistaram.
"Se eles se sentirem perdidos, podem iniciar um processo de negociação com a oposição ilegal, o que seria uma maneira de garantir uma vida política no futuro", diz a antropóloga Maria Faguaga, que, por defender os direitos das mulheres e dos negros, precisou fugir para o Brasil.
Os militares também poderiam retirar o apoio ao ditador. Miguel Díaz-Canel, que é engenheiro, não é oriundo das Forças Armadas e não desfruta da mesma influência que os irmãos Castro tinham na corporação.
"Se a comunidade internacional deixar claro que não tolerará o uso da violência e que os responsáveis serão punidos, então os militares poderiam retirar o apoio. Aí seria muito difícil para o regime sobreviver. É só lembrar o que aconteceu com Nicolae Ceaucescu na Romênia", diz o boliviano Hugo Achá, pesquisador do Centro para uma Sociedade Segura e Livre (CSFS, na sigla em inglês).
O ditador comunista Nicolae Ceausescu governou a Romênia até 1989. Nesse ano, diversos protestos contra governos comunistas se multiplicaram na Europa do Leste. Como as manifestações seguiram mesmo com o recrudescimento da repressão, de repente os soldados mudaram de lado, sem sofrer oposição dos seus comandantes. Ceausescu e sua esposa foram presos pela polícia e entregues aos militares, Foram acusados de enriquecimento ilícito e genocídio. Condenados, foram levados ao pelotão de fuzilamento.
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Comentários (6)
Ana Silvia F Peixoto P Machado
2021-07-19 06:22:35O comunismo precisa ser banido do planeta e seus defensores severamente punidos.
Dalila
2021-07-18 21:59:27Só quem vive em liberdades elogia ditaduras
Jose
2021-07-18 01:11:30Governos militarizados são todos iguais. Castrismo lá, bozolulismo aqui.
Leonardo
2021-07-18 00:46:05Parece que a historia sempre se repete nas republiquetas, de esquerda ou de direita, os militares vão pro lado que pagar melhor e oferecer melhores vantagens. O povo, a pátria, pouco importa.
Fernao
2021-07-17 18:48:38vamos rezar pelo sucesso da população em se libertar da ditadura cubana
Nilson
2021-07-17 14:29:15Um pais falido com um regime totalitário um mal exemplo pro mundo e aqui defendido pelos fdp dos petralhas que tem como sonho enfiar goela abaixo nos brasileiros uma ditadura tal como ou pior que a Cubana.