Silêncio de diretora da Precisa gera debate na CPI da Covid
Advogados da Precisa Medicamentos foram ao Senado nesta terça-feira, 13, para tentar obter a dispensa para a presença de Emanuela Medrades, diretora técnica da empresa. Pedro Ivo Velloso e Ticiano Figueiredo, que representam os executivos da Precisa, argumentaram que, com respaldo de um habeas corpus, Emanuela não responderá aos questionamentos. Mas a cúpula da comissão...

Advogados da Precisa Medicamentos foram ao Senado nesta terça-feira, 13, para tentar obter a dispensa para a presença de Emanuela Medrades, diretora técnica da empresa. Pedro Ivo Velloso e Ticiano Figueiredo, que representam os executivos da Precisa, argumentaram que, com respaldo de um habeas corpus, Emanuela não responderá aos questionamentos. Mas a cúpula da comissão parlamentar de inquérito exigiu a presença da diretora da Precisa. Logo na abertura da sessão, Medrades afirmou que, por orientação da equipe jurídica, ficará em silêncio.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, rejeitou pedido da representante comercial para que ela não fosse obrigada a comparecer ao depoimento. Mas o ministro reconheceu o direito de não produzir provas contra si. O processo foi analisado por Fux porque o presidente da corte é responsável pelos casos urgentes durante o recesso do STF.
O silêncio de Emanuela Medrades gerou controvérsia entre os senadores. Integrantes da CPI lembraram que o habeas corpus concedido pelo Supremo dá o direito de a diretora ficar calada apenas pontualmente. “A depoente nao pode ficar em silêncio quando se tratar de questões que não a incriminem”, argumentou a senadora Eliziane Gama, do Cidadania. “Ela tem, sim, a obrigação de responder com relação a todos fatos que testemunhou”, afirmou Alessandro Vieira, do Cidadania.
“Poderíamos ter uma conversa com o Supremo, para que pudéssemos restabelecer parâmetros para que as investigações da CPI possam ter curso”, alegou Eduardo Braga, do MDB. Ele defendeu que os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da CPI da Covid, Omar Aziz, procurem o presidente do STF, Luiz Fux, para tratar sobre o assunto.
A Precisa Medicamentos é representante comercial do laboratório indiano Bharat Biotech, que produz a vacina Covaxin. O contrato de 1,6 bilhão de reais firmado entre o Ministério da Saúde e a empresa tem indícios de irregularidades, como superfaturamento do valor cobrado. O presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, também conseguiu um habeas corpus para ficar em silêncio na CPI. Com isso, os integrantes do G7 da comissão decidiram adiar o depoimento do empresário.
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Comentários (3)
Dalton
2021-07-13 15:49:10Ridículo ter o direito de ficar calado, então porque estar lá? Perda de tempo… STF está apoiando demais o governo Bozista… isso é outro golpe contra o povo. Depois que liberaram o maior corrupto da história, percamos as esperanças. O Sen Vieira é muito bom na CPI, mas andorinha sozinha não faz verão
Luiz
2021-07-13 12:20:06para o povo brasileiro acostumado com CPI , que só serve pra holofotes de oligarcas da política aparecerem , ninguém liga mais , é sempre o ruim investigando o ruim sem credibilidade nenhuma , onde o único prejudicado é o povo que vive a mercê de um senado , congresso e STF com credibilidade quase zero , é uma tristeza , e não temos pra onde escapar.
José
2021-07-13 12:16:02Os poderes são independentes entre si, logo, se mandou ficar calados para não produzir provas contra si os depoentes tem mais é que fechar a boca e não alimentar a narrativa dos três patetas. O tonto quer que o presidente da CPI e Senado vá ao Fux para negar habeas-corpus. Esse senador da brilhante idéia tem que tomar chá de simancol.