As estratégias para o depoimento de Dimas Covas
Os senadores alinharam as estratégias para o depoimento do diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas (foto), à CPI da Covid, agendado para as 9 horas desta quinta-feira, 27. A inquirição, claro, terá como tema-chave a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Parlamentares independentes e de oposição...
Os senadores alinharam as estratégias para o depoimento do diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas (foto), à CPI da Covid, agendado para as 9 horas desta quinta-feira, 27. A inquirição, claro, terá como tema-chave a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Parlamentares independentes e de oposição apostam na oitiva para a obtenção de relatos e depoimentos que comprovem a demora na compra do imunizante pelo governo Jair Bolsonaro, o que poderia comprometer tanto o presidente da República quanto o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Um ponto a ser explorado é o episódio em que Bolsonaro desautorizou o general e ordenou a suspensão do protocolo de intenção de compra de 46 milhões de doses da Coronavac. Embora o próprio presidente tenha anunciado nas redes sociais, Pazuello afirmou à CPI que o Planalto jamais impediu as negociações.
Para tentar blindar o presidente, o ex-ministro buscou diferenciar o Bolsonaro "das redes sociais" do "gestor". “Uma postagem na internet não é uma ordem. Uma ordem verbal ou por escrito nunca foi dada. Nunca”, disse. Senadores do G7 classificam a versão como uma "balela".
A oposição ainda pretende rememorar a ocasião em que a Anvisa suspendeu os estudos sobre a Coronavac, comemorada por Bolsonaro, e fazer menção ao pedido do Butantan ao Ministério da Saúde por 145 milhões de reais para cobrir estudos clínicos e instalar uma fábrica para a produção de vacinas. A requisição, disse o instituto em ofício à CPI, foi ignorada.
Parlamentares do G7 indagarão também se os sucessivos ataques do presidente, de sua família e do ex-chanceler brasileiro Ernesto Araújo à China resultaram no atraso do recebimento de insumos para a produção de imunizantes, impactando a campanha de vacinação. Em entrevistas à imprensa, Dimas Covas já respondeu que sim.
Esse último tema, no entanto, também pode ser abordado pela ala governista. A tropa de choque de Bolsonaro acredita que Dimas Covas não detém documentos capazes de atestar que a demora decorreu das ofensas à China. Os senadores tendem, inclusive, a usar declarações da diplomacia chinesa para afastar a possibilidade de relação entre os fatos.
Os parlamentares alinhados ao Planalto ainda pretendem argumentar que o governo Jair Bolsonaro não demorou para efetuar a compra de vacinas, mas somente aguardou os resultados sobre a eficácia da Coronavac e o indicativo de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovaria o uso emergencial do imunizante.
Além disso, planejam explorar a relação de Dimas Covas com o governador de São Paulo e presidenciável, João Doria, uma vez que o Instituto Butantan é vinculado ao estado. Querem, assim, explorar o uso político da vacina pelo arquirrival político de Bolsonaro.
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Comentários (3)
Otto
2021-05-27 16:17:35Matéria bem fraquinha..... Dá nem vontade de comentar.
CARLOS
2021-05-27 10:54:04Com certeza será mais um depoimento a confirmar o que já sabemos, e sentimos na carne, que o presidente JB fez e continua fazendo todo o possível para retardar a produção da Coronavac (ou qualquer outra vacina anti-covid) pelo Butantan.
Jose
2021-05-27 09:36:06Em resumo: os bozistas levarão uma lavada, pois há mais de 460 mil provas de que o governo é genocida!