A omissão do Itamaraty nas negociações de oxigênio para o Amazonas
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo recebeu cobranças de senadores da CPI da Covid em razão das omissões da pasta na crise do oxigênio no Amazonas, em janeiro. Parlamentares questionaram o ex-chanceler sobre a atuação do Itamaraty nas tratativas com a Venezuela, que na ocasião ofereceu oxigênio aos estados do Norte. Questionado, Ernesto Araújo...
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo recebeu cobranças de senadores da CPI da Covid em razão das omissões da pasta na crise do oxigênio no Amazonas, em janeiro. Parlamentares questionaram o ex-chanceler sobre a atuação do Itamaraty nas tratativas com a Venezuela, que na ocasião ofereceu oxigênio aos estados do Norte. Questionado, Ernesto Araújo disse que não entrou em contato com o governo venezuelano nem agradeceu os produtos fornecidos a estados como Amazonas e Rondônia.
“O desespero era grande, eu estava lá”, lembrou o senador Omar Aziz, presidente da CPI, que é amazonense. Ele afirmou que o produto transportado por via terrestre poderia ter chegado ao estado em uma hora em um avião da Força Aérea Brasileira. “Essas mortes poderiam ter sido evitadas se vossa excelência tivesse agido”, disse Aziz ao ex-chanceler. “O Ministério das Relações Exteriores não fez contato com o governo venezuelano por questões ideológicas. Até hoje estou esperando essa guerra”, ironizou o presidente da CPI.
O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, também cobrou Araújo pela falta de articulação com a Venezuela em busca de oxigênio. “Não defendo o governo (Nicolás) Maduro ou governo A, B ou C, mas defendo os interesses do povo brasileiro e do povo do Amazonas", disse o emedebista. “Por que a chancelaria brasileira, em defesa dos brasileiros que lá vivem, não agiu proativamente para levar o oxigênio que estava mais perto e salvar vidas?”, questionou Braga.
Pressionado pelos senadores, Ernesto Araújo afirmou que priorizou o transporte interno do produto. “O que me chegou é que haveria oxigênio disponível em outros pontos do território nacional”, disse Ernesto. Senadores governistas afirmaram que vão pedir informações à empresa White Martins, que atua no setor de oxigênio hospitalar, para saber se o produto repassado ao estado do Amazonas era do governo venezuelano ou da empresa.
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Comentários (1)
PAULO
2021-05-18 15:35:541.1 - Veja a que ponto chega a defesa claudicante do governo Bolsonaro. Foi a Venezuela que forneceu os cilindros, ou um arranjo da Venezuela com uma empresa? Isso é trivial. Fato é, que o nosso governo mandou cloroquina para Manaus, e deixou faltar oxigênio. Outra linha de defesa de alguns senadores bolsonaristas cretinos, é falar que nesta CPI, não estão discutindo a corrupção que foi sistematizada pelo PT. Será que não tem corrupção no governo Bolsonaro?