Dallagnol critica anulação de condenações de Lula, mas afaga Fachin
Ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol (foto) criticou nesta segunda-feira, 8, a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação. Embora veja "reais chances de prescrição" dos processos, o procurador afirmou que o ministro Edson Fachin somente aplicou o entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal ao analisar...
Ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol (foto) criticou nesta segunda-feira, 8, a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação. Embora veja "reais chances de prescrição" dos processos, o procurador afirmou que o ministro Edson Fachin somente aplicou o entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal ao analisar o habeas corpus.
Nas redes sociais, Dallagnol observou que, apesar de diversas decisões da Justiça a respeito da condução das ações penais da operação em Curitiba, "houve uma expansão gradativa do entendimento do STF de que os casos da Lava Jato deveriam ser redistribuídos pelo país".
O procurador mencionou, por exemplo, a decisão da Segunda Turma, proferida em setembro de 2020, de retirar da Justiça Federal no Paraná uma ação penal movida pela Procuradoria-Geral da República contra os ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp pela suposta prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema na Transpetro, subsidiária da Petrobras. Na ocasião, Fachin votou contra a redistribuição.
"Partindo do pressuposto que endosso de que o min. Fachin sempre teve uma atuação correta e firme, inclusive na operação Lava Jato, concluímos que ele, apesar de entender de forma diferente, aplicou o entendimento estabelecido pela maioria da 2ª Turma do STF", escreveu.
Para Dallagnol, a decisão é o reflexo de um "sistema de justiça que rediscute e redecide o mesmo dezenas de vezes e favorece a anulação dos processos criminais". "Tribunais têm papel essencial em nossa democracia e devem ser respeitados, mas sistema de justiça precisa de aperfeiçoamentos", completou.
O procurador argumentou, contudo, que, apesar da anulação das condenações e a consequente retomada dos direitos políticos por Lula, "nada apaga a consistência dos fatos e provas, sobre os quais caberá ao Judiciário a última palavra".
Dallagnol acrescentou que o país precisa abrir os olhos para os riscos de "amplos retrocessos" no campo do combate à corrupção, despertados por propostas como as que reformam as leis de improbidade administrativa e de lavagem de dinheiro.
"Precisamos discutir essas amplas mudanças em curso (e aqui não falo mais do caso concreto) para decidir se queremos ser o país da impunidade e da corrupção, que corre o risco de retroceder vinte anos no combate a esse mal, ou um país democrático em que impere a lei", concluiu.
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Comentários (10)
Odete6
2022-01-26 07:11:28O DR. DELTAN MARTINAZZO DALLAGNOL sabe das coisas. Podem confiar. Ele está totalmente correto. O tempo é o senhor da razão. Por mais estranho que possa parecer, o Ministro DR. LUIZ EDSON FACHIN teve nobres razão e argumentação para ter tomado a sua decisão. Embora não pareça, nada mudou. Embora o trabalho para conter a soltura de alguns marginais e, algumas prescrições dos processos contra o marginal luladralha, ele voltará a ser preso, o marginal broncossauro estreiará a cadeia e o melhor:
André
2021-10-19 23:01:07Fachin foi nomeado por Dilma e é petista.
VIDAL
2021-09-23 19:33:14Uma incoerência do grande Deltan Dallagnol! Fachin é a causa primeira da destruição do legado da Lava Jato. Namastê!
MARCOS
2021-03-09 14:39:56No Brasil o crime compensa, e muito.
Pedro Leria
2021-03-09 14:21:29Meu caro, a política invadiu a Justiça e venceu. A forma (processo) prevaleceu sobre o material (o crime). Só no sistema de justiça disfuncional o inepto do Brasil isso é possível. Cabe a vc, Dallagnol, ir para a seara política, como é comum ocorrer com procuradores nos EE.UU. Candidate-se a senador e convoque outros colegas a fazerem o mesmo, com Moro candidatando-se a PR ou não. A meta deve ser conquistar o Senado e o poder julgar, se for o caso, impeachment de certos figurões da república.
Solange
2021-03-09 13:50:39Dr D., a LJ acabou, mas vcs fizeram a ladroagem no poder se unir como nunca para acabar com vcs: e não terminou!
Regina
2021-03-09 11:32:44Esse vai e vem de decisões do STF causam insegurança jurídica e o descrédito das nossas instituições!
Elvio
2021-03-09 09:27:36Bandidada e corruptos esfregando às mãos
Luiz
2021-03-09 09:25:14A verdade que está difícil falar a verdade sem o receio de ser perseguido por ditaduras do judiciário , mas nossa justiça encabeçado hoje pelos onze ministros estão destruindo a justiça brasileira , que entope nossas prisões somente por quem rouba pouco ou comete pequenos delitos , e agora o cidadão ainda corre o risco de ser preso por usar a sua liberdade de expressão , que está também sendo sufocada na caneta.
Maria
2021-03-09 09:02:45Nojo dos onze bandidos do STF. 🤮🤮🤮🤮🤮🤮🤮🤮💩💩💩💩