Por unanimidade, STF referenda ordem de prisão de Daniel Silveira
Por unanimidade, Supremo Tribunal Federal referendou na tarde desta quarta-feira, 17, a prisão em flagrante do deputado bolsonarista Daniel Silveira (foto), do PSL do Rio de Janeiro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. O parlamentar está atrás das grades devido à publicação de um vídeo em que ataca integrantes da corte e faz apologia ao...
Por unanimidade, Supremo Tribunal Federal referendou na tarde desta quarta-feira, 17, a prisão em flagrante do deputado bolsonarista Daniel Silveira (foto), do PSL do Rio de Janeiro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
O parlamentar está atrás das grades devido à publicação de um vídeo em que ataca integrantes da corte e faz apologia ao AI-5, o mais duro instrumento de repressão da ditadura militar.
Moraes avaliou que as declarações do deputado não têm relação com as atividades do mandato e, por isso, não estão protegidas pela imunidade parlamentar.
"Atentar contra as instituições, contra o STF, contra o poder Judiciário, atentar contra a democracia, contra o Estado de Direito, repito, não configura exercício da função parlamentar a invocar, consequentemente, a imunidade constitucional", disse.
O ministro acrescentou que as imunidades parlamentares surgiram para a garantia do Estado de Direito, mas "jamais para atentar frontalmente contra a própria manutenção do Estado Constitucional". Moraes disse que a imunidade parlamentar não pode ser confundida com impunidade.
Para o ministro, a prisão visa a “garantia da ordem pública”. Segundo Moraes, Silveira tem histórico de violência verbal e física. O magistrado lembrou o gesto do parlamentar que, ainda durante a campanha, quebrou placa com o nome da vereadora Marielle Franco e citou a tentativa de invasão do Colégio Pedro II.
Moraes ainda fez menção ao segundo vídeo gravado por Silveira, no momento da prisão. E o desacato a uma agente da Polícia Civil, ao ser levado para exame de corpo de delito no IML.
O ministro Luís Roberto Barroso observou que a flagrância caracteriza-se pelo fato de a prisão ter sido decretada "pouco tempo após o cometimento do crime", reiterado ao longo do dia e durante o cumprimento da ordem pela Polícia Federal.
Na sequência, Marco Aurélio Mello disse jamais ter imaginado que uma "fala pudesse ser tão ácida, tão agressiva, tão chula no tocante a instituições".
A ordem de prisão foi expedida nos autos do inquérito do fim do mundo, instaurado em março de 2019 para apurar "fake news" e supostas ameaças a ministros da corte.
O inquérito é o mesmo no qual Moraes ordenou a censura a uma reportagem de Crusoé que revelou a existência de um documento da Operação Lava Jato em que o empreiteiro Marcelo Odebrecht dizia ser Toffoli a autoridade identificada em comunicações internas da companhia como "o amigo do amigo de meu pai".
No início da sessão, o presidente da corte, Luiz Fux, afirmou que o STF mantém-se "vigilante contra qualquer forma de hostilidade à instituição". "Ofender autoridades além dos limites permitidos pela liberdade de expressão, que nós tanto consagramos aqui no STF, exige necessariamente uma pronta atuação da corte", emendou.
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Comentários (10)
Surpreendido
2021-02-18 13:31:48Poxa, então os 11 Ministros entendem que houve FLAGRANTE ? Boca na botija ? A interpretação de flagrante nunca mais será a mesma, eu imagino. Os advogados de defesa que fiquem atentos.
Francisco.
2021-02-17 23:30:57Lula, o ladrão, os chamou de covardes. Esses deputado bestial, os chama de ..., Os dois são bandidos. E o tal STF é o que? Perdeu a confiança do povo brasileiro. Vergonha nacional. Afagadores de bandidos
MARCOS
2021-02-17 17:47:08O STF se intitula como Guardião da Constituição, portanto deveria cumpri-la ipsis litteris, não interpretá-la, como sempre foi feito por alguns de seus membros a seu bel prazer e segundo interesses escusos.
Anne
2021-02-17 16:26:43Se esses deputados Bolsonarista e seus seguidores tivessem apoiado a lava Toga nada disso estaria acontecendo .
Francisco
2021-02-17 16:08:19A unanimidade traz a pauta duas importantes suposições. Aprimorar de que essa unanimidade já estava acordada antes da decretação da prisão. A outra é de que Lira está com uma batata quente na mão.
Anna
2021-02-17 16:07:58Roubar e matar, pode, mas falar mal do STF, jamais.
José
2021-02-17 16:04:38Certíssimo!! Concordo plenamente!!
LAVA JATO VIVE - L⤴
2021-02-17 15:37:51No MECANISMO do tabuleiro, STF sacrifica um peão, o voto da Carmem Lúcia contra a Lava Jato. Agora avança uma casa contra o legislativo e executivo. Será que Bolsonaro irá sacrificar o seu peão fiel? O MECANISMO é um jogo de equilíbrio. Qualquer assimetria de força de um lado, pode gerar desconfiança do outro, causando instabilidade e podendo evoluir para estragos maiores. Está ficando interessante.
Maria
2021-02-17 15:37:43Eu, que cresci e me formei na faculdade durante a ditadura, vejo com maus olhos essa atitude do Supremo de prender doidivanas agressivos da oposição a ele — ainda que o tenha ameaçado. A argumentação de q o deputado boçal ń tem direito à imunidade, me lembrou mto a ditadura. O perigo dessas prisões e fundamentações nebulosas, e portanto duvidosas, é que hoje pegam “a”; amanhã, “b”; depois, “c”, “d”, você...
LAVA JATO VIVE - L⤴
2021-02-17 15:37:40No MECANISMO do tabuleiro, STF sacrifica um peão, o voto da Carmem Lúcia contra a Lava Jato. Agora avança uma casa contra o legislativo e executivo. Será que Bolsonaro irá sacrificar o seu peão fiel? O MECANISMO é um jogo de equilíbrio. Qualquer assimetria de força de um lado, pode gerar desconfiança do outro, causando instabilidade e podendo evoluir para estragos maiores. Está ficando interessante.