A crescente pressão sobre Fux pelo início do debate do juiz das garantias
Desde que o Supremo Tribunal Federal barrou a possibilidade de reeleição no Congresso Nacional, com voto do presidente da corte, Luiz Fux, cresceu a pressão sobre o STF e o ministro em torno do debate a respeito do juiz das garantias. Agora, a Ordem dos Advogados do Brasil aderiu à ofensiva e cobra de Fux...
Desde que o Supremo Tribunal Federal barrou a possibilidade de reeleição no Congresso Nacional, com voto do presidente da corte, Luiz Fux, cresceu a pressão sobre o STF e o ministro em torno do debate a respeito do juiz das garantias. Agora, a Ordem dos Advogados do Brasil aderiu à ofensiva e cobra de Fux uma data para o julgamento da liminar e para o início das audiências públicas sobre o tema.
No fim do ano passado, o Congresso mudou o pacote anticrime para incluir a figura do juiz das garantias, considerada por entidades de combate à corrupção e por associações de magistrados um retrocesso para o Judiciário. Hoje, um mesmo juiz participa da fase de inquérito e assina a sentença do caso. A proposta prevê que caberá ao juiz das garantias atuar na fase da investigação e ao juiz do processo julgar o caso. A adoção plena da medida pode causar lentidão na Justiça e exigiria a contratação de um grande número de novos magistrados, o que é inviável diante das dificuldades orçamentárias do país.
Em janeiro deste ano, o então presidente do STF, Dias Toffoli, suspendeu sua implantação por 180 dias. Uma semana depois, o ministro Luiz Fux, no comando do plantão, suspendeu as regras por tempo indeterminado. A decisão tem que ser submetida ao plenário, mas Fux ainda não pautou o julgamento.
Em ofício enviado esta semana, a OAB pede ao presidente da corte que designe data para a apreciação colegiada da liminar e solicita ainda a realização de audiência pública virtual sobre o tema, medida necessária para o posterior julgamento do mérito da questão.
“Em que pese a relevância da matéria debatida nos autos, dado que implica a reformulação sistêmica do processo penal em nosso país, extrai-se do andamento processual que a decisão não foi levada à plenário para referendo dos ministros. Nota-se que apenas em 10 de setembro de 2020 os autos foram liberados para inclusão em pauta, mas não foi designada data para o julgamento”, diz o ofício da OAB, assinado pelo presidente da entidade, Felipe Santa Cruz e por dois outros representantes da Ordem.
No documento, a OAB frisa ainda que, a depender do resultado do julgamento, “é possível que os processos penais em andamento sejam atingidos de maneira determinante, motivo pelo qual deve-se imprimir maior celeridade na tramitação do feito”.
Inicialmente, as audiências públicas para debater a figura do juiz das garantias estavam previstas para março deste ano, mas foram suspensas em razão do início da pandemia de Covid-19. A OAB argumenta que é possível realizar a discussão por videoconferência e cita como exemplo a audiência pública realizada este mês, de forma remota, para debater uma questão relacionada a precatórios.
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Comentários (10)
Solange
2020-12-21 17:52:34A máfia está no vértice
Roy
2020-12-21 12:35:50É tudo que os advogados querem!
Edmundo
2020-12-21 12:23:04O presidente francês disse uma certa vez o Brasil não é sério! Passou mais 60 anos nos continuarmos do mesmo jeito. Como tem uma piada: O português perguntaram para criador como deixou ser conquistado um país tão bonito e rico? Respondeu vc vai ver povinho vou colocar no Brasil.kkk
Sônia
2020-12-21 11:20:02Os marginais querem nomear 💰💰💰💰💰💰💰💰💰
Silvino
2020-12-21 10:24:24Essa excrescência jurídica é um caminho lógico dos apoiadores da impunidade reinante no país. Seria uma formula já pensada em promover a discórdia processual para mais a frente fazer qualquer alegação para evitar a punição de envolvidos principalmente em corrupção. Joga-se a dúvida inicial e procura-se alguém que faça o trabalho (na segunda fase processual) o sujo trabalho de arquivar ou isentar ou protelar qualquer possivel efeito punitivo. Se a OAB é a favor, somos contra.
Laercio
2020-12-20 22:24:18Nos falta um presidente q pense no país, só isso..!! Estamos a procura quem sabe em 22 aparece alguém..!!
MARCOS
2020-12-20 20:24:12A oab poderia peticionar ao Senado Federal pedindo para o presidente do Senado paute a LAVATOGA. Isso seria interessante.
Palhaço Bozo
2020-12-20 19:48:47Se o supremo boca mole pode sentar em milhares de processos eternamente sem que uma OAB mequetrefe ou qualquer outro supremo togado reclame, Fux tmbm pode sentar nesse jabuti pelo tempo q for preciso.
Maria
2020-12-20 19:35:06Se a OAB defende o juiz de garantia é porque é bom para os maiores clientes dos advogados, ou seja, bom para os corruptos. Ruim é que, no plenário do STF, essa aberração pode sair vitoriosa, haja vista que a maioria dos ministros é protetora de bandidos.
Max
2020-12-20 19:21:58Nada favorece mais a introdução dessa instância nos tribunais do “juiz das garantias” pra “assegurar impunidade, ou atrasar processos.” É óbvio que o interesse da OAB neste caso não tem nada a ver com justiça, mas com o aumento de recur$o$ ao juiz e de honorários, além de abrir vagas em concursos públicos para juízes.