Inquérito da PF sobre transações de Wassef acende sinal de alerta no Planalto
A abertura de um inquérito pela Polícia Federal para apurar as movimentações financeiras de Frederick Wassef (foto) acendeu o sinal de alerta dentro do governo Jair Bolsonaro por causa da atuação do ex-advogado do presidente e de seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, como lobista no Palácio do Planalto. A investigação aberta em Brasília tem...
A abertura de um inquérito pela Polícia Federal para apurar as movimentações financeiras de Frederick Wassef (foto) acendeu o sinal de alerta dentro do governo Jair Bolsonaro por causa da atuação do ex-advogado do presidente e de seu filho 01, o senador Flávio Bolsonaro, como lobista no Palácio do Planalto.
A investigação aberta em Brasília tem como origem o relatório do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, mostrando que o escritório de Wassef movimentou cerca de 42 milhões de reais nos últimos cinco anos, conforme Crusoé revelou em agosto. As operações foram consideradas suspeitas pelo órgão.
Dos 42 milhões de reais em transações realizadas pelo escritório de Wassef entre 2015 a 2020 e apontadas como suspeitas pelo Coaf, 20 milhões de reais se referem a créditos e cerca de 22 milhões de reais a débitos. De tudo o que entrou na conta da banca neste período, o advogado foi destinatário de cerca de 6 milhões de reais.
O rol de transações inclui os pagamentos de 9,8 milhões de reais feitos pela JBS, também revelado por Crusoé naquele mês, e transferências recebidas de ao menos uma empresa ligada à Cristina Boner, ex-mulher de Wassef, que nos últimos anos recebeu milhões em contratos com o governo federal.
No fim de 2019, como revelou Crusoé, Wassef foi à Procuradoria-Geral da República para tentar convencer os procuradores a desistir de pedir ao Supremo a anulação da delação premiada dos executivos da JBS, o que poderá levar os irmãos Joesley e Wesley Batista de volta para a prisão.
A visita de Wassef foi precedida de um pedido do presidente Jair Bolsonaro ao procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o advogado fosse atendido, o que de fato ocorreu. Wassef, contudo, foi convidado a se retirar da sala depois que o subprocurador José Adonis Callou Sá, que coordenava o grupo de trabaho da Lava Jato na PGR, soube que ele não tinha procuração da JBS para tratar do processo.
O período de transações suspeitas de Wassef que serão investigadas pela PF inclui também um contrato de 5 milhões de reais assinado em novembro do ano passado pelo então advogado da família Bolsonaro com a concessionária do aeroporto de Viracopos, no interior de São Paulo.
Em setembro, Crusoé revelou que Wassef promoveu encontros de executivos da concessionária com o senador Flávio Bolsonaro em seu apartamento em São Paulo e com o presidente da República no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada. Este último, sem registro na agenda oficial de Bolsonaro.
Após contratar Wassef, a concessionária fechou um acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, no qual ela se comprometeu a devolver a concessão do aeroporto mediante o recebimento de uma indenização que será negociada em corte de arbitragem. O acordo interrompeu um processo de caducidade do contrato dentro da Anac que levaria a companhia à falência.
O relatório foi produzido em julho pelo Coaf, depois que o Ministério Público do Rio prendeu Fabrício Queiroz em um imóvel de Wassef em Atibaia, no interior paulista. Queiroz é apontado como o operador do suposto esquema de desvio e lavagem de dinheiro do senador Flávio Bolsonaro, em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio.
Neste mesmo relatório apareceram os pagamentos de 2,6 milhões de reais feitos a Wassef pelo escritório da advogada Luiza Eluf, por contrato celebrado com a Fecomércio do Rio. No mês passado, ambos viraram réus na Lava Jato do Rio sob acusação de peculato e lavagem de dinheiro, em um suposto esquema de desvio de 4,6 milhões de reais do chamado Sistema S por meio de contratos fraudulentos com a entidade fluminense. O processo, contudo, foi suspenso no início do mês por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF.
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Comentários (10)
Azevedo
2020-10-27 14:48:16Para que tanta desconfiança? O presidente já não disse que no ? Então, "ponto final nesse assunto disso daí, pô!"😅😅
Heloisa
2020-10-27 14:38:55É o ANJO com cara de mafioso,amigo conselheiro da FAMILÍCIA BolsoNero, protetor dos amados filhos desajustados deste “aético mau militar”. É a era das milícias e máfias tupiniquins .
ANTONIO
2020-10-27 12:48:27Esse Gilmar ainda bem que não é eterno, como ele pensa quê é. Um dia vai prestar conta com o capeta.
Rodrigo
2020-10-27 10:50:15O novo Queiroz??? hahahahaha
Ricardo
2020-10-27 10:47:47e dai! nao prova nada! viu carta capital!
redoEduardo
2020-10-27 09:46:03Sugestão Que a crusoé ou o antagonista facam convenio com o Governo Federal para ser creditada em percentual a ser estabelecido por todo dinheiro publico recuperado em decorrencia de denuncia feita pelas equipes dos referidos orgãos. Do geito que esta voces estao trabalhando de graça.
Leandro Domingues
2020-10-27 08:20:56Tem que amarrar bem as histórias de forma que não haja tergiversação dos advogados de defesa, tem que ficar uma denuncia contundente sem espaço para dúvida ao juiz do caso, bem como, fique claro para a população, que o clã Bolsonaro NÃO representa em nada a Direita e oposição ao stablishment. Onde há fumaça..... realmente essa Wassef é o anjo..... aprisionou o Queiroz, negociou decreto presidencial caso VIRACOPOS, indicou Kassio, corrupçao Fecomercio, é o Ronaldinho da advocacia.
Jose
2020-10-27 07:33:11Há bastante evidência para mostrar que o advogado é corrupto e que ele foi ajudado pelo Bozo nas suas corrupções recentes. Em síntese, só não enjaulam o Bozo se não quiserem.
Roberto
2020-10-27 00:26:20Esse é um dos amigos que Bozo falou que a Polícia Federal queria ....... digamos ..... prejudicar, juntamente com os filhos, na famosa reunião de 22 de abril.
MARCOS
2020-10-27 00:04:32Mais uma vez o Super Gilmar (o homem morcego) entra em ação.