O alumínio brasileiro na eleição americana
Na tentativa de ganhar apoio da indústria pesada americana às vésperas das eleições de 3 de novembro, o governo dos Estados Unidos anunciou no início de outubro uma sobretaxa ao alumínio de dezoito países, incluindo o Brasil. "Eles impuseram ao Brasil uma taxa entre 50% e 137%. Na prática, ficou impossível exportar para os Estados...
Na tentativa de ganhar apoio da indústria pesada americana às vésperas das eleições de 3 de novembro, o governo dos Estados Unidos anunciou no início de outubro uma sobretaxa ao alumínio de dezoito países, incluindo o Brasil.
"Eles impuseram ao Brasil uma taxa entre 50% e 137%. Na prática, ficou impossível exportar para os Estados Unidos", diz Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira de Alumínio.
A medida foi tomada depois que um grupo de empresas americanas abriu na Organização Mundial do Comércio, a OMC, uma denúncia acusando outros países de subsídio e dumping. A investigação está em andamento e a OMC marcou uma decisão para abril. O governo de Donald Trump, contudo, preferiu não esperar e tomou uma decisão unilateral, sobretaxando as importações.
"Foi uma medida claramente eleitoreira, mas que não necessariamente terá algum efeito prático", diz Rego. Segundo ele, é a terceira vez que o governo de Trump tenta ressuscitar a tradicional indústria pesada de alumínio dos Estados Unidos. A primeira foi em 2018, quando Trump anunciou no Twitter um aumento na sobretaxa do aço e alumínio de diversos países. Em vez de estimular a indústria americana, o resultado foi um aumento no preço do alumínio de 10% no mercado americano.
A segunda tentativa se deu no ano passado, com um aumento também de 10% da taxa. A terceira foi no início de outubro. "Trump tem continuado com sua escalada protecionista, mas dificilmente conseguirá reerguer sua indústria, que tem unidades muito antigas", diz Rego. "Além disso, não faz sentido para os Estados Unidos, que sequer têm bauxita, produzirem chapas de alumínio. Para eles, faria mais sentido focar em produtos mais acabados."
Uma vitória de Joe Biden na eleição de novembro certamente mudaria essa perspectiva. Entre os produtores brasileiro, a torcida a favor do democrata é clara. Caso contrário, o Brasil poderá seguir sendo vítima de medidas desse tipo.
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Comentários (10)
Rafael
2020-10-26 06:50:39Trump se elegeu em 2016 com o apoio do rust belt, que sabe que os Dems estavam destruindo a indústria americana e a vendendo para a China. Por quê precisaria de qualquer medida eleitoreira? PS, pretendem publicar uma única vírgula sobre o laptop de Hunter Biden ou sobre a censura que as gigantes monopolistas do Vale do Silívio impuseram à história?
Carlos
2020-10-26 06:40:41Preço do aluminio no Brasil esta absurdo, só assim estes tubarões ( banqueiros) donos das usinas irão ser obrigados a dar um refresco!!!
José
2020-10-26 06:03:49Lamber botas, entre outras, parece não ter dado resultado...
Antonio
2020-10-25 23:20:41Resultado da política de subserviência do amigo Bolsonaro.
AIRTON
2020-10-25 21:59:10Bolsonóquio joga contra o Brasil. Só defende seus interesses e dos seus filhos escrotos.
Marco Aurélio
2020-10-25 21:02:09E os chamados liberais o que falam sobre essa sobretaxa?
Vasconcellos
2020-10-25 19:45:08Os negociadores de Trump devem nos achar os perfeitos idiotas. Eles tentam convencer o Brasil a não adotar o 5G chinês, favorecendo os EUA e, em troca, criam essa sobretaxa obscena sobre o alumínio brasileiro. Mui amigo.....
Claudio
2020-10-25 18:53:13I love you
Jose
2020-10-25 18:43:30E o Bozo em sua posição preferida diante do Trump: de quatro e de costas! E ainda tem gente que defende o pilantra!
ANTONIO
2020-10-25 18:40:33O importante é reeleger nosso líder Trump.