Os dilemas do Partido Novo nas negociações com o governo
Apoiadores da agenda de reformas do governo, parlamentares do Partido Novo têm se tornado presença habitual nas reuniões convocadas pelo Planalto e pela liderança do governo. O mais recente episódio foi a participação do deputado Vinícius Poit, vice-líder da bancada, no café da manhã organizado por Jair Bolsonaro para anunciar a prorrogação do auxílio emergencial,...
Apoiadores da agenda de reformas do governo, parlamentares do Partido Novo têm se tornado presença habitual nas reuniões convocadas pelo Planalto e pela liderança do governo. O mais recente episódio foi a participação do deputado Vinícius Poit, vice-líder da bancada, no café da manhã organizado por Jair Bolsonaro para anunciar a prorrogação do auxílio emergencial, na manhã desta terça, 1º, acompanhado de líderes do Centrão. O parlamentar até falou durante o encontro, sem se limitar ao papel de ouvinte (foto).
A situação causa mal estar entre os filiados e apoiadores da sigla. Na semana passada, o líder do partido, Paulo Ganime, compareceu a uma reunião com partidos da base aliada organizada por Ricardo Barros, líder do governo, para tratar sobre a pauta da Câmara. Após a reunião, a liderança do governo circulou um documento em que constavam as deliberações da base e as posições divergentes do Novo em diferentes pontos. A interlocutores, Ganime minimizou o desconforto com a sua presença e reafirmou que a sigla não está na base do governo.
Internamente, a situação ainda não está pacificada. Uma parte da bancada defende que a sigla se aproxime do governo para ter maior poder de influência, mas outra ala quer manter o distanciamento. "Eu sempre defendi o diálogo com todo mundo. O governo convidou a liderança para tratar do auxílio emergencial e da Reforma Administrativa e, como nós militamos pela reforma, participamos e defendemos a reforma, deixando claro que não somos da base. Meu posicionamento foi esse, e com relação ao auxílio emergencial, ponderei que é preciso ter responsabilidade fiscal e perguntei de onde virá o dinheiro", disse Poit a Crusoé. "Nosso posicionamento é independente em relação ao governo, mas queremos ser ouvidos quando tivermos oportunidade", declarou.
Há poucas semanas, Ganime batalhou, no plenário do Congresso, para participar de reuniões de líderes convocadas pela liderança governista. Ele reclamou que o Partido Novo não havia sido convidado para uma reunião informal chamada por Eduardo Gomes, líder do governo, para selar um acordo sobre a votação em globo de vetos presidenciais. O deputado fluminense chegou a ter seu microfone cortado em plenário e “invadiu” a sessão por meio do aplicativo de videoconferências usado nas sessões remotas.
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Comentários (7)
Leandro
2020-09-01 19:19:12Tem q participar sempre. O Novo é um partido q tem uma base técnica e ética e pode impedir as maracutaias entre governo/centrão, sem cair na ladainha do PT de ser sempre do conta e sem toma lá da cá.
Claiderocha
2020-09-01 17:58:57Partido Novo..estamos de olho...olhos e ouvidos atentos...sou eleitora cansada da velha cantilena..do se achegar ao desprezado no eterno salve-se quem puder...estamos de olho..voto dado em confiança no NOVO..só dura enquanto o novo..não vira o eterno Velho.
Lucia
2020-09-01 14:05:31Irmandade siamesa
João
2020-09-01 14:01:55Único partido que quebra o galho no país, tem que estar presente!
Aguia
2020-09-01 13:06:59Jogo de cena. Farinha do mesmo saco.
Palhaço Bozo
2020-09-01 12:02:28Democracia pressupõe diálogo, principalmente quando de posicionamentos divergentes. Pode ser minoria, pode remar contra a corrente, mas necessário se faz estar no jogo político para demonstrar seu posicionamento, mesmo que termine por voto vencido. Se for esse o caso, apoio a iniciativa de alguns políticos da sigla q desejam participar dessas reuniões suprapartidárias. Mas só se for esse o caso.
GIL
2020-09-01 11:41:35Tem que ir mesmo,se não o centrão toma conta de tudo.