Mesada, cofre, pedágio e offshore: o propinoduto do governo Witzel
Além do meio milhão de reais que o governador do Rio, Wilson Witzel (foto), teria recebido de propina de fornecedores do governo por meio do escritório de advocacia de sua mulher, a primeira-dama Helena Witzel, o "sofisticado" esquema de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal envolveu pagamentos de "mesada" e "pedágio" a aliados por meio...
Além do meio milhão de reais que o governador do Rio, Wilson Witzel (foto), teria recebido de propina de fornecedores do governo por meio do escritório de advocacia de sua mulher, a primeira-dama Helena Witzel, o "sofisticado" esquema de corrupção investigado pelo Ministério Público Federal envolveu pagamentos de "mesada" e "pedágio" a aliados por meio de offshores no Uruguai e na Suíça e até o armazenamento de dinheiro ilícito em um cofre em Portugal.
Os investigadores afirmam que foi o Pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, partido de Witzel, quem instituiu um caixa único a partir de uma cobrança de "pedágio" em contratações de organizações sociais na área de saúde com o governo do Rio. Everaldo e um dos filhos dele, que era assessor especial do governador, foram presos na sexta-feira, 28, a pedido da Procuradoria-Geral da República.
Os valores, de acordo com o MPF, eram utilizados posteriormente no pagamento de propina ao primeiro escalão do governo e operadores, na seguinte proporção: 30% para o então secretário de Saúde, Edmar Santos, 20% para Witzel, 20% para o próprio Pastor Everaldo, 15% para Edson Torres e 15% para Victor Hugo Barroso, este último apontado como operador financeiro do presidente do PSC.
Victor Barroso, afirma o MPF, cuidava da contabilidade paralela do Pastor Everaldo, cooptava agentes públicos e privados e indicava empresas e organizações sociais a serem contratadas pelo governo Witzel. Os investigadores descobriram que ele possuiu uma offshore no Uruguai para movimentar recursos ilícitos em nome de sua mãe e de um irmão.
Parte dos pagamentos ilícitos era feita em espécie e parte por meio de cartão de crédito quitado por outros operadores do esquema. Um dos responsáveis pelas operações financeiras, segundo os investigadores, era Juarez Fialho da Silva Junior, secretário das Cidades e tesoureiro-geral do PSC.
O dirigente integra o quadro societário de uma transportadora de valores que fazia entrega de dinheiro em espécie e mantinha uma offshore na Suíça para receber vantagens indevidas de recursos desviados dos cofres públicos.
Em um outro núcleo de corrupção vinculado ao governador, segundo o MPF, o empresario José Carlos de Melo, dono de uma universidade privada em Nova Iguaçu chamada Unig, propôs mesada de 300 mil reais a Edmar Santos, em troca de negociar empresas para serem contratadas na área da saúde.
Em seu acordo de delação premiada, o ex-secretario da Saúde de Witzel admitiu ter recebido, efetivamente, 600 mil reais, ou seja, duas mesadas, que foram entregues em dinheiro vivo dentro de mochilas. Segundo o delator, outra pessoa que recebia mesada de José Carlos de Melo era Leonardo Rodrigues, secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, com um valor menor: 150 mil reais.
Segundo o MPF, a mesada paga ao ex-secretário de Saúde de Witzel foi enviada por meio de um operador financeiro para um cofre no banco Millennium BCP Prestige, em Portugal. Durante o período de um ano e cinco meses em que esteve no governo, Edmar fez três viagens a Portugal, todas custeados pelos cofres públicos do Rio.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Maria
2020-08-31 00:24:08Além do Rio de Janeiro,existe,em todo País,esse sistema de corrupção -Depois que inventaram essas -OS -no SUS dos estados e municípios falta tudo e os GESTORES e POLÍTICOS enriquecem...
Inês
2020-08-30 15:41:46Diantes das incertezas e da corrupção o Rio de Janeiro é hexacampeão de governadores presos, tudo isso é a proximidade do crime entranhado na sociedade permissiva com políticas públicas da libertinagem dos esquerdopatas.
Rodrigo
2020-08-30 11:40:59Temos que diminuir o estado! esse é o inseticida destes gafanhotos.
Maria
2020-08-30 07:16:58Pobre Rio. Não tem jeito, pois só tem corruptos.
TARSA
2020-08-30 06:51:18O povo do Rio de Janeiro sofre ainda mais que os demais estados. Depois de 3 governadores presos, votam em um Juiz e ainda assim a roubalheira continua. Impressionante! Não sou a favor da ditadura militar, mas fica parecendo que somente um governo militar no R.J. para resolver.
Gpr
2020-08-29 13:22:05Pena saquearem o Rio de Janeiro, mandato após mandato! o eleitor carioca, merece melhores governantes, assim como o resto do país.
Roberto
2020-08-29 12:52:31Entra político, sai político e, a roubalheira continua... Não adianta culpa o povo ao dizer que não sabemos votar, vez que não temos opção de voto, pois todos os candidatos vêm sempre dos mesmos partidos políticos, manta de corjas... A solução começa ao se fortalecer as Instituições de controle e promover uma real reforma política, como também alterar a forma de escolha da composição dos Tribunais Superiores...
Getulio
2020-08-29 10:46:32É raro o servidor honesto que consegue sobreviver numa cleptocracia, o governo aparelhado por ladrões com o propósito exclusivo de enricar a quadrilha, seus padrinhos e afilhados. Os poderes da Res Putrida exibem série notável de engrenagens de gatunice. Rachadinhas proliferam nas casas legislativas. No executivo e judiciário prevalece o Voleibol Sinistro: Líbero (cônjuge, filho, parente) ergue a bola e o político, togado ou não, executa a bomba, endereçada à fenda glútea do contribuinte inerme.
Werner
2020-08-29 10:40:40Vergonha nacional; não ficam atrás dos petistas, que foram um mau exemplo para toda a bandidagem.
Lucio
2020-08-29 09:36:05Esse e outros esquemas criativos são o solapa esse país em todos os níveis - municipal, estadual e federal. E com tudo isso vemos alguns membros do STF e Augusto Aras tentando acabar com a parte seria do judiciário e ministério público. População acorda. MORO 2022.