Com a possível aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, o Ministério das Relações Exteriores enviou ao Supremo informações sobre conversas com autoridades dos EUA.
Após o secretário Marco Rubio, do Estado americano, declarar que existe uma “grande possibilidade” de Moraes ser sancionado, a alegação é de que as decisões do ministro violariam sistematicamente direitos humanos.
Sobre a liberdade de expressão, as decisões afetam empresas sediadas nos Estados Unidos. A Lei Magnitsky foi sancionada pelo então presidente Barack Obama em 2012, com apoio bipartidário.
As consequências
Homenageando Sergei Magnitsky, ele foi um advogado russo morto na prisão após ter denunciado corrupção estatal. A lei é voltada para punir envolvidos nesse caso russo, onde a legislação se tornou global em 2016. Permitindo sanções a indivíduos envolvidos em corrupção, crime organizado e violação grave de direitos humanos.
Ampliada para sancionar pessoas em vários países, com dezenas de nomes incluídos na lista. Com sanções severas, os alvos podem ter contas e cartões bloqueados por bancos e instituições financeiras, especialmente dentro e fora dos EUA. Além de impedirem a emissão do visto, a Lei Magnitsky é denominada como “pena de morte financeira”.
Proibindo a entrada no país, é um forte dano à reputação. A aplicação da lei a um ministro da Suprema Corte pode ser algo inédito, também levantando questões sobre soberania. Podendo gerar tensões diplomáticas significativas, reflete uma nova dinâmica nas relações bilaterais.
A Lei Magnitsky pode levantar questões sobre o limite da interferência externa em decisões judiciais internas. Com a possibilidade de um país impor penalidades a um membro judiciário, colocam-se em debate questões jurídicas delicadas. A situação evidencia um conflito entre a proteção e o princípio da não intervenção.
Por isso, a Lei Magnitsky ultrapassa o mero aspecto legal e entra em campo sobre relações e soberania. A decisão pode não só afetar uma trajetória política, como moldar o futuro do diálogo entre nações. Precisando de um equilíbrio entre a defesa e o respeito, exige um diálogo cuidadoso.