O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou na última terça-feira (15) um decreto regulamentando a Lei de Reciprocidade Comercial no Diário Oficial da União.
A medida vem em resposta às tensões comerciais intensificadas com os Estados Unidos e autoriza o Brasil a suspender concessões comerciais contra países que imponham barreiras unilaterais. A lei busca proteger a competitividade do mercado interno brasileiro.
Passo estratégico em resposta a tarifas pesadas
O decreto foi anunciado dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelecer uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, que começará em 1º de agosto.
Este movimento potencialmente afeta setores-chave da economia, incluindo aço e alumínio. Com o decreto, o Brasil estabelece ferramentas para proteger sua economia e responder a práticas comerciais prejudiciais.
Essa abordagem permite que o país reaja rapidamente a alterações comerciais internacionais, preservando a competitividade de sua economia.
Comitê Interministerial
Para implementar as medidas previstas, foi criado o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais. Este comitê inclui representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fazenda, Relações Exteriores e da Casa Civil.
O grupo avaliará e decidirá sobre ações necessárias para garantir respostas rápidas e eficazes a práticas comerciais internacionais prejudiciais.
Impactos nas relações comerciais
O decreto define como o Brasil pode responder a práticas comerciais que comprometam sua soberania ou sejam inconsistentes com acordos internacionais.
Também aborda barreiras ambientais excessivas que ultrapassem os padrões brasileiros e permite a revisão de benefícios concedidos a outros países ou blocos. Essa regulamentação fortalece o poder de negociação do Brasil em futuras tratativas comerciais.
Com a publicação do decreto, o próximo passo será a realização de reuniões do Comitê Interministerial, liderado por Geraldo Alckmin, para definir ações específicas. A expectativa é que essas reuniões ocorram nos próximos dias para determinar o impacto nas negociações bilaterais e multilaterais, especialmente com parceiros tradicionais como os EUA.