Há alternativa europeia para substituir a Starlink na guerra da Ucrânia?
Atualmente, a empresa de Elon Musk é indispensável para o exército ucraniano. Mas existe uma alternativa europeia cujo valor de mercado já triplicou nos últimos dias

Atualmente, a presença da empresa de Elon Musk, Starlink, é considerada fundamental para as operações da força militar ucraniana. Entretanto, uma alternativa europeia vem se destacando, apresentando um aumento significativo em seu valor de mercado nos últimos dias.
Além de fornecer armamentos e informações de inteligência, os Estados Unidos têm colaborado com a Ucrânia em um aspecto que se revela crítico no curto prazo: o acesso à internet via satélite fornecido pela Starlink.
Este sistema é responsável por grande parte das comunicações entre as tropas ucranianas, controle de drones e localização de alvos. A interrupção desse serviço poderia causar sérios problemas operacionais para a armada ucraniana.
Elon Musk sabe perfeitamente da existência dessa dependência. Em uma recente postagem em sua plataforma X, ele afirmou: "Se eu desligasse o serviço, toda a frente ucraniana entraria em colapso".
As declarações sobre a dependência ucraniana foram interpretadas por alguns como uma ameaça, mas Musk alegou que nunca usaria seu serviço de internet como uma moeda de troca em negociações:
"Para deixar claro: independentemente das minhas discordâncias com a política ucraniana, o Starlink nunca desligará esses terminais".
Ele já havia negado, porém, o uso do Starlink para um ataque em grande escala contra a frota russa no Mar Negro.
Eutelsat OneWeb
O ministro das Relações Exteriores polonês, Radosław Sikorski, destacou que seria necessário explorar alternativas caso o Starlink não se mostrasse um parceiro confiável, o que gerou reações adversas por parte de Musk.
Ele respondeu ironicamente: "Cale-se, pequeno homem", ressaltando que a Polônia paga apenas uma fração dos custos e afirmando não haver substituto para o Starlink.
No entanto, existe na Europa uma alternativa viável: a Eutelsat OneWeb. Esta constelação britânica de satélites, atualmente sob a gestão do operador francês Eutelsat, conta com cerca de 600 satélites em órbita.
Embora esse número seja significativamente inferior aos 7.000 satélites da Starlink, os satélites da OneWeb operam em uma altitude aproximada de 1.200 quilômetros, o que lhes permite cobrir uma área geográfica maior devido à sua posição elevada.
Além disso, a empresa opera satélites geostacionários fixos sobre a Europa.
Atualmente, os satélites da OneWeb já estão em operação na Ucrânia e milhares de terminais estão disponíveis no país, conforme afirmou Eva Berneke, CEO da empresa, durante uma entrevista à Bloomberg.
Nos próximos meses, um número ainda maior poderá ser enviado à região, com conversas em andamento entre a Eutelsat e a Comissão Europeia.
Os mercados financeiros demonstram otimismo em relação ao desempenho da Eutelsat OneWeb; as ações da empresa triplicaram de valor nos últimos dias.
Contudo, especialistas militares permanecem céticos quanto à viabilidade dessa alternativa afirmando que Starlink é indispensável para as forças armadas ucranianas no que tange ao uso de drones.
Mesmo que os europeus consigam desenvolver uma solução técnica equivalente no futuro, a transição entre sistemas representaria um desafio crítico.
A interrupção do serviço por algumas horas poderia pressionar severamente várias frentes do conflito.
Sem os milhares de drones operando constantemente no espaço aéreo ucraniano, as forças armadas do país estariam em desvantagem significativa contra os ataques russos.
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Comentários (1)
Joao C De Oliveira
2025-03-10 14:02:22O problema desta opção com satélites que estarão o dobro distância que a Starlink seria a latência da rede. E em alguns casos a latência é mais importante que velocidade. Latência = tempo de ida e volta de um pacote de dados