Entenda o caso de amor da esquerda com a criminalidade
Como a militância progressista reabilita criminosos, criminaliza a polícia e deslegitima o direito à justiça

A esquerda contemporânea, em sua vertente mais "progressista" e ideologizada, construiu uma narrativa sofisticada para justificar o injustificável: a leniência com o crime.
Essa visão inverte os papéis entre vítimas e agressores, transforma bandidos em “excluídos sociais” e atribui à sociedade a culpa por seus atos.
Sob o verniz dos direitos humanos e da justiça social, o que se vê é um projeto político que, na prática, deslegitima a autoridade do Estado, enfraquece a punição e desmobiliza as forças de segurança.
Nos Estados Unidos, o deputado nova-iorquino Zohran Mamdani, figura proeminente da esquerda radical, propõe substituir o Departamento de Polícia de Nova York por um “Departamento de Segurança Comunitária” que não contrataria policiais nem manteria unidades de contenção de protestos.
O plano de Mamdani, inspirado no abolicionismo penal e em leituras enviesadas de Foucault, ignora deliberadamente o papel da polícia na contenção do crime violento e aposta em equipes de saúde mental como resposta à criminalidade urbana.
Trata-se da materialização de uma ideologia que vê o criminoso como produto exclusivo de "falhas sociais" e "estruturais", e não como agente moral.
Essa mesma lógica se manifesta na reação da esquerda americana à deportação, em 2025, de venezuelanos ligados ao grupo criminoso Tren de Aragua. Utilizando a Lei dos Inimigos Estrangeiros, o governo Trump removeu mais de 200 estrangeiros suspeitos de crimes graves, enviando-os a presídios de segurança máxima em El Salvador.
A resposta da esquerda foi imediata: congressistas protestaram, denunciaram “violação de direitos” e mobilizaram missões diplomáticas para pressionar pela libertação dos deportados. A criminalidade, mais uma vez, foi relativizada, e o criminoso — mesmo vinculado a facções transnacionais — tratado como vítima do sistema.
No Brasil, a versão local dessa mentalidade se expressa no plano “Pena Justa”, lançado pelo governo Lula em fevereiro de 2025 em parceria com o STF e o CNJ.
Com mais de 300 metas a serem executadas até 2027, o programa visa combater o “estado de coisas inconstitucional” nas prisões, reduzir o encarceramento e priorizar a ressocialização.
O plano inclui cotas de emprego para egressos das cadeias, remição de pena por trabalho doméstico, flexibilização no uso de tornozeleiras eletrônicas e revisão da pena privativa de liberdade. Tudo sob o pretexto de garantir dignidade ao preso e enfrentar o "racismo estrutural", uma fantasia ideológica desconectada da realidade.
Apesar do apoio de parte da imprensa e das elites, a população rejeitou maciçamente a proposta.
Pesquisa AtlasIntel revelou que nenhuma das medidas do plano teve mais de 36% de aprovação. A flexibilização das tornozeleiras foi rejeitada por 87% dos entrevistados.
A percepção dominante é de que o plano é leniente, ineficaz contra as facções e desconectado da realidade da violência que atinge o cotidiano do cidadão comum.
As críticas não vêm apenas do senso comum. O psiquiatra britânico Theodore Dalrymple, autor de “A Faca Entrou”, oferece uma das análises mais contundentes contra a leniência penal.
Após anos atuando em prisões britânicas, Dalrymple denuncia o colapso do senso de responsabilidade individual provocado por um sistema que trata o criminoso como paciente e a punição como terapia.
Para ele, a ideia de que a prisão deva “recuperar” o preso é uma ilusão tecnocrática. Sua função principal é proteger a sociedade — e, muitas vezes, é o único ambiente onde o delinquente encontra limites, regras e alguma ordem.
Dalrymple critica a “conspiração criminológica” que sustenta o abolicionismo penal e alerta para os efeitos da leniência: quando crimes graves recebem sentenças brandas, todo o sistema colapsa, tornando inviável punir até os crimes menores.
A consequência é a impunidade generalizada e o sofrimento dos mais pobres, que são os principais alvos dos crimes patrimoniais.
Ele defende que a punição, embora não deva ser cruel, precisa ser firme e proporcional.
Não como vingança, mas como afirmação moral e proteção social. Em sua experiência clínica, muitos criminosos só entenderam o que é certo e errado quando encarcerados — não por causa de um programa terapêutico, mas porque, pela primeira vez, suas ações tiveram consequências claras e inescapáveis.
Essa abordagem confronta a lógica do “Pena Justa”, que vê o encarceramento como fracasso social e não como medida necessária de contenção.
Dalrymple ironiza o excesso de formulários, comissões e discursos tecnocráticos que buscam administrar a criminalidade como se fosse um problema administrativo e não moral. Segundo ele, essa mentalidade burocrática substitui a coragem moral por protocolos ineficazes.
O que se observa, portanto, é um movimento político e ideológico que vai muito além da compaixão legítima ou da crítica ao sistema carcerário.
Trata-se de uma engenharia social que banaliza a violência, despreza a justiça retributiva e compromete a segurança pública. O criminoso é exaltado como produto das falhas da sociedade, enquanto a sociedade é culpada por se defender.
Ao transformar a punição em tabu e o criminoso em símbolo de resistência, a esquerda deixa o cidadão comum desprotegido e os inocentes, vulneráveis.
O preço dessa inversão moral é pago diariamente pelas vítimas — que nunca aparecem nas estatísticas da militância. E, como adverte Dalrymple, criminosos presos podem não se regenerar. Mas, ao menos, não estão invadindo sua casa.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2025-04-17 08:20:07Infelizmente são apenas criminosos que utilizam o manto da política para seus crimes contra a sociedade, o desnível sócio-econômico do país infelizmente motivou isto, na realidade somos um país onde o trabalho semi escravo para a maioria não vale a pena, ser bandido é mais simples e mais rentável.