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    Crônica

    Dogmatismo jihadista ou Realpolitik?

    Plano de Trump obriga Hamas a decidir se segue o caminho do martírio, ou sobrevive para lutar a próxima batalha

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    Samuel Feldberg
    5 minutos de leitura 07.10.2025 00:01 comentários 0
    Foto: Joyce N. Boghosian/ The White House
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    Escrevo estas linhas no calor dos acontecimentos, às vésperas do segundo aniversário do massacre perpetrado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Durante os próximos anos não faltarão relatos e imagens sobre a barbárie que fez jus à definição de terrorismo: atingir civis com a intenção de promover objetivos políticos.

    Concentremo-nos, então, nas consequências: neste exato momento, está sendo discutido o plano do presidente Trump, que pode levar à libertação dos reféns israelenses e à progressiva retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza.

    A aceitação do plano implica no reconhecimento pelo Hamas de que o ataque foi um erro, que custou um enorme preço, tanto para a população quanto para a organização. Eles estariam abrindo mão do controle de Gaza e da maior parte de seu armamento, em troca da libertação de milhares de prisioneiros palestinos, entre eles vários de facções rivais que representariam uma barreira ao Hamas em futuras eleições.

    Mas não faltam elementos que fortaleçam a visão dos pessimistas, eu entre eles, céticos com as possibilidades de um acordo. E a definição de pessimista é o otimista com experiência.

    Otimista com experiência

    O que nos mostra esta experiência? Que uma organização fundamentalista islâmica como o Hamas (para não falar da Jihad Islâmica) está disposta a uma trégua para se recompor, mas não a um acordo de paz como o proposto por Trump.

    A raison d’être do Hamas é a destruição do Estado de Israel, um dogma que eles não podem abandonar, faz parte de sua identidade. Já houve acordos anteriores, acomodações, e todas elas terminaram em uma nova roda de enfrentamento, sempre mais violenta que a anterior.

    E temos exemplos para embasar nosso ceticismo: durante a guerra civil no Líbano, forças norte-americanas e francesas foram enviadas a Beirute para garantir um cessar-fogo. Ambas foram vítimas de brutais ataques terroristas praticados pelo Hezbollah, outra organização fundamentalista islâmica, que deixaram centenas de vítimas.

    Por que agora o resultado seria diferente, com a instalação de uma “Força Internacional de Segurança”, ainda que seus membros sejam muçulmanos? Afinal, a maioria das vítimas dos fundamentalistas islâmicos ao longo da história tem sido de muçulmanos. Se estas forças atuarem como a Unifil (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) atuou no sul libanês ao longo das últimas décadas, não trarão nenhuma contribuição.

    O acordo

    O acordo, por mais limitado que seja, também gerará tensões com o Egito. Israel certamente incorporará a experiência adquirida desde a retirada de 2005, durante a qual foi abandonado o Corredor Filadélfia, que permitiu que a corrupção egípcia, endêmica, abastecesse o Hamas com todos aqueles insumos necessários para o sucesso do ataque em 7 de outubro.

    Agora, se os egípcios continuarem a atuar, talvez não utilizando túneis, mas drones, como já ocorre na fronteira de Nitzanim em eventos de contrabando, retaliações israelenses serão necessárias para impedir o rearmamento destas facções, o que sempre coloca em xeque o acordo de paz que vigora desde 1979.

    O único cronograma mencionado no plano diz respeito à libertação dos reféns: todas as outras etapas dependem da implementação de uma série de medidas, que têm tudo para dar errado. O mapa da proposta para a retirada israelense lembra muito os acordos de separação de forças com o Egito na década de 1970, mas naquela época o então secretário de Estado americano Henry Kissinger, e não Trump, era quem dava as cartas.

    Armadilha

    O plano de Trump cria uma armadilha para o Hamas: por um lado, atende à maioria das demandas de Israel, inclusive uma área tampão na fronteira, que modificará totalmente o conceito de segurança frente aos palestinos. Por outro, oferece a Israel uma ampla legitimidade, abrindo a proposta de incorporação aos Acordos de Abraão de países tão diversos quanto o Kuwait e a Indonésia, em um momento no qual o Paquistão oferece à Arábia Saudita um guarda-chuva nuclear.

    O ataque de 7 de outubro ficará para sempre na memória de uma população traumatizada, inclusive pela explosão de um antissemitismo disseminado ao redor do mundo. Mas, em termos geopolíticos, mudou para sempre as relações de Israel com seus vizinhos.

    Assim como a guerra do Yom Kippur, em 1973, demonstrou que Israel não poderia ser derrotado pela força das armas, o ataque do Hamas desencadeou mudanças que eliminaram a capacidade operativa do Hezbollah e colocaram em dúvida a ameaça nuclear iraniana.

    Agora o Hamas precisa decidir se segue o caminho do martírio, ou sobrevive para lutar a próxima batalha. Talvez a resposta esteja no pragmatismo relatado no Alcorão.

    Samuel Feldberg é diretor acadêmico da StandWithUs Brasil, doutor em Ciência Política pela USP, professor de Relações Internacionais, pesquisador do Centro Moshe Dayan da Universidade de Tel Aviv e fellow em Israel Studies da Universidade de Brandeis.

    Leia a íntegra da edição especial

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