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    Edição Semana 347

    A arte da perfumaria

    Não existe cheiro ruim, só perfume inadequado

    avatar
    Ricardo Kertzman
    5 minutos de leitura 27.12.2024 03:30 comentários 6
    Frascos de perfume. Inteligência artificial/Grok
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    Seja lá por quais razões — que seguramente meu terapeuta conhece bem, afinal mais de 25 anos de análise —, fui uma criança, digamos, perturbada.

    Na memória (consciente), além de fatos marcantes, alguns filmes (e músicas) que certamente significaram algo.

    Dois são “figurinhas carimbadas”: O Exorcista — cruz credo! —, de 1973, e uma série de TV chamada O Sexto Sentido, cuja abertura tinha como trilha a música Time, da banda inglesa Pink Floyd.

    Enquanto os relógios “voavam” sob o fundo musical na pequena tela em preto e branco, o locutor soturno anunciava: “tato, olfato, paladar, visão, audição e… o sexto sentido”.

    Cruz credo outra vez!

    Chega a me dar calafrios a lembrança. Eram episódios de suspense. Por que diabos, afinal, eu insistia em ver aquilo e passar noites em prantos, às voltas com pesadelos terríveis?

    Muito bem. Curiosamente, anos depois, já com outras perturbações à mente — e à frente —, comecei a trabalhar no ramo de perfumaria, numa das maiores empresas de aromas e fragrâncias do mundo.

    Em tempo: ao contrário do que muitos pensam, neste setor, aroma não é cheiro, mas sabor. E fragrância, tudo aquilo que “dá cheiro”.

    Covid-19

    Eu comecei a trabalhar relativamente cedo. Com 17 anos, entrei como estagiário no extinto Banco Nacional (patrocinador histórico do não menos histórico Ayrton Senna).

    Com 20, mudei-me de Belo Horizonte para São Paulo e iniciei na área comercial desta empresa, à época, uma multinacional alemã (hoje um conglomerado suíço). Foi quando mergulhei de cabeça no mundo da perfumaria, em que trabalhei por mais de 30 anos.

    O olfato, um dos cinco sentidos — ou seis, como queiram os místicos —, talvez seja o menos importante, ao lado do paladar. Como sei? Bem, ao contrair a maldita Covid, em 2020, passei alguns meses privado de ambos e cá estou. Viver sem sentir cheiro e gosto não impede uma “vida normal”.

    Mas a incapacidade de ver, ouvir e tocar traz limitações de difícil superação.

    Por outro lado, como as artes, os cheiros fazem parte da beleza da vida: daqueles biscoitinhos de nata que a vovó assava; do café sendo passado na hora; do cangote da menina do primeiro beijo; das dobrinhas da filhotinha ainda no berço.

    O olfato desperta sentimentos e mexe com as nossas mais profundas memórias afetivas — não raro, de forma inconsciente ou imperceptível, aliás. Os tais feromônios, por exemplo.

    Perfumes

    O mundo da perfumaria é extenso e interessante.

    Um mergulho, ainda que superficial, nas matérias-primas que compõem um perfume, deixará o interessado perplexo pela variedade e formas de extração.

    Das substâncias encontradas no estômago de uma baleia ao “suor” de uma rosa — captado por equipamentos de alta precisão —, passando por glândulas sexuais de animais silvestres, há “de tudo um pouco” na composição de um perfume, que costuma contar com 200 ou mais substâncias diferentes, combinadas “milimetricamente” por perfumistas — artistas capazes de armazenar na memória milhares de cheiros diferentes que, combinados, nos tornam mais seguros, sedutores e agradáveis no convívio social.

    Devo à perfumaria meu sucesso empresarial e, muito provavelmente, minha cultura geral.

    Mas minha relação sensorial com cheiros vai além.

    Por militar por tanto tempo e com tanta intensidade pelo segmento, desenvolvi uma sensibilidade acima da média, principalmente a odores desagradáveis.

    E não falo, aqui, de mau hálito, pum ou suor.

    Falo de cheiros que, na maioria das vezes, passam despercebidos pelas pessoas “normais”, e que me causam profundo incômodo. Borracha, por exemplo, ou alguns tipos de plástico.

    Cachorros são fenomenais no olfato e na audição. Sons que não ouvimos deixam um cão alucinado. É assim que me sinto diante de um cheiro desagradável e não percebido pela maioria das pessoas.

    E mesmo um bom perfume, se usado em excesso por alguém, me causa dor de cabeça instantânea.

    Aliás, aproveitando o espaço, e como Ricard Kertzman também é cultura, alguns fatos curiosos:

    Anotem aí.

    Um perfume difere de uma colônia, ou de um extrato, pela quantidade de essência (um óleo composto por centenas de matérias-primas naturais e sintéticas, elaborado por perfumistas) adicionada ao álcool (e um pouco d’água), que é a fórmula básica de um perfume.

    Não existe “fixador”, ou seja, um pozinho mágico que faz o perfume “fixar” na pele e durar por mais tempo, mas substâncias menos voláteis, mais “pesadas”, com características olfativas marcantes que, devidamente combinadas, formam as “notas de fundo” de um perfume, prologando a percepção do seu odor — que varia de pessoa para pessoa, seja o usuário ou quem irá sentir o cheiro.

    Três fatores — e fatos — básicos diferem os perfumes nacionais dos “importados” (marcas famosas): qualidade da essência, quantidade de essência e prazo de maceração (tempo necessário para as moléculas se misturarem e a fórmula se equilibrar).

    Qualquer boa empresa nacional é capaz de fabricar um perfume comparável com um “importado”. Porém, o preço de venda será equivalente.

    Como escolher um perfume

    É simples.

    Primeiro: escolha o que cabe no seu bolso, sem ter de passar os próximos 12 meses lembrando da parcela no cartão.

    Segundo: perfume é como roupa. Tem de combinar com você.

    Terceiro e mais importante: compre o perfume que lhe trará bem-estar, e jamais o perfume da moda, que todos — ou o influencer do momento — estão usando.

    E lembre-se: use com sabedoria (nada de ir a um velório exalando capim-limão) e moderação (em sala de aula, às sete da matina, todo cheiro é muito).

    Ah! Em um “date”, evite lavandinha de bebê, ok? Não combina com as expectativas.

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    Ricardo Kertzman

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (6)

    Gabriel Cajaty

    2024-12-29 23:25:09

    Texto excelente como sempre! Agradável e preciso nas suas colicações de memória. Deveria ter falado sobre MADAME CHANEL que inventou o icônico Chanel número 5, o mais famoso do mundo!


    Carlos Renato Cardoso Da Costa

    2024-12-29 19:08:14

    Excelente. Quanto ao olfato, valorizo especialmente a memória associada a alguns odores. Como emigrei criança, adoro voltar ao condomínio onde passei a minha infância e sentir que o cheiro do local não mudou. Não é um cheiro especial ou particularmente agradável, mas é minha vida enquanto criança na ponta do nariz


    WILSON GOBARA

    2024-12-27 20:16:14

    Não entendi, Ricardo trabalhou até os 50 anos em perfumaria e só depois virou jornalista?


    Sandra

    2024-12-27 18:42:26

    Ricardo Kertzman 90% ao menos dos componentes de essências são sintéticos, desenvolvidos pra substituir os naturais. A quantidade absurda de insumos naturais e processos de extração encarecem de tal forma que inviabiliza a produção, sem contar as plantações imensas que são necessárias, e pior ainda quando a extração é animal, que não são nada sustentáveis.


    David Hebert Vieira

    2024-12-27 12:03:27

    O texto foi bem interessante! Entrei pensando que seria outro assunto. Kkk.


    Albino

    2024-12-13 07:37:40

    Texto adorável!


    Torne-se um assinante para comentar

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    Comentários (6)

    Gabriel Cajaty

    2024-12-29 23:25:09

    Texto excelente como sempre! Agradável e preciso nas suas colicações de memória. Deveria ter falado sobre MADAME CHANEL que inventou o icônico Chanel número 5, o mais famoso do mundo!


    Carlos Renato Cardoso Da Costa

    2024-12-29 19:08:14

    Excelente. Quanto ao olfato, valorizo especialmente a memória associada a alguns odores. Como emigrei criança, adoro voltar ao condomínio onde passei a minha infância e sentir que o cheiro do local não mudou. Não é um cheiro especial ou particularmente agradável, mas é minha vida enquanto criança na ponta do nariz


    WILSON GOBARA

    2024-12-27 20:16:14

    Não entendi, Ricardo trabalhou até os 50 anos em perfumaria e só depois virou jornalista?


    Sandra

    2024-12-27 18:42:26

    Ricardo Kertzman 90% ao menos dos componentes de essências são sintéticos, desenvolvidos pra substituir os naturais. A quantidade absurda de insumos naturais e processos de extração encarecem de tal forma que inviabiliza a produção, sem contar as plantações imensas que são necessárias, e pior ainda quando a extração é animal, que não são nada sustentáveis.


    David Hebert Vieira

    2024-12-27 12:03:27

    O texto foi bem interessante! Entrei pensando que seria outro assunto. Kkk.


    Albino

    2024-12-13 07:37:40

    Texto adorável!



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