ReproduçãoSabático de Bolsonaro já custou 950 mil reais aos cofres públicos

A “resistência” de Bolsonaro no exílio

Distante do debate político que acontece no país, o ex-presidente dá palestras, não diz quando deve voltar para aliados e pode até seguir para outros países
17.02.23

Para um presidente que, durante seu mandato, gozou de 15 miniférias, regadas a passeios de jet-ski e de moto, Orlando, a capital mundial da diversão, não poderia ser o destino mais adequado para o autoimposto “exílio” de Jair Bolsonaro após a sua derrota nas eleições de 2022.

Desde que chegou à Flórida, o ex-presidente brasileiro tem dividido os seus dias entre passeios a supermercados, fotos com apoiadores em frente à casa de férias onde está hospedado — que pertence ao ex-lutador de MMA José Aldo — e encontros promovidos por grupos conservadores em restaurantes e igrejas evangélicas, com direito a distribuição de autógrafos em camisetas.

Em Orlando, Jair Bolsonaro já participou de dois encontros presenciais com eleitores, promovidos pelo YesBrazilUSA, grupo de direita que “reúne cristãos comprometidos com um Brasil livre da ideologia comunista/socialista e seus tentáculos funestos”. Os ingressos variam de US$ 20 a US$ 50. Para ficar na área VIP, pertinho do “mito”, o valor era mais salgado: US$ 250, cerca de R$ 1.300 no câmbio de hoje.

Descolado da realidade política do Brasil, Bolsonaro se apega ao discurso ideológico, sem nenhuma aplicação prática, para manter encantadas as plateias de brasileiros em terras americanas, insistindo em manter a dúvida sobre o processo eleitoral de 2022 e engajar sua base.

O que aconteceu por ocasião das eleições? Eu posso dizer para vocês: eu nunca fui tão popular o ano passado, muito superior a 2018. E no final das contas a gente fica com uma interrogação na cabeça”, foi uma das declarações ambíguas do ex-presidente à plateia que compareceu no dia 11 de fevereiro ao restaurante Legends Resto & Lounge. Em resposta a Bolsonaro, a claque gritava “foi roubado”.

Em terras americanas há 50 dias, o período “sabático” de Jair Bolsonaro já custou aos cofres públicos R$ 950 mil. O valor refere-se ao período de 28 a 31 de dezembro, quando ainda era presidente. De lá para cá, já foram gastos R$ 271 mil  em diárias para os assessores que ficaram com Bolsonaro após ele deixar a Presidência.

Sem passaporte diplomático, que perdeu após deixar de ser presidente da República, e em processo de solicitação de visto de turista, Bolsonaro vive um limbo migratório enquanto se abriga nos Estados Unidos. Em recente entrevista ao Wall Street Journal, o ex-presidente declarou, sem especificar data, que pretende voltar ao Brasil “em algumas semanas” para liderar a oposição ao presidente Lula.

Mas aliados de Bolsonaro tampouco sabem se ele de fato voltará. Interlocutores próximos ao ex-presidente não cravam o retorno ao Brasil. “Conversei com ele na semana passada, mas não deu prazo”, disse um deles. Há até parlamentares, colegas de partido, que se arriscam a dizer que o ex-presidente pode ir para outros países, já que teria recebido convites de grupos conservadores para proferir palestras como a mais importante liderança da extrema direita.

De concreto, apenas o processo de obtenção de visto de turista protocolado pelo escritório AG Immigration no dia 27 de janeiro, que pode se arrastar de dois a quatro meses até ter uma decisão do órgão de imigração dos Estados Unidos.

Ainda não houve decisão sobre o pedido mas, dadas as especificidades do caso e os precedentes, acreditamos que não há bases legais para uma negativa”, explicou o escritório em resposta a um pedido de informações da Crusoé. “O ex-presidente está legalmente nos EUA e pode ficar no país até que uma decisão seja tomada pelo governo americano sobre a sua petição. Como ele entrou com o pedido de mudança de status dentro do prazo de 30 dias após o fim da validade do visto anterior (no caso, o visto A1), ele não sofre nenhum prejuízo.”

Apesar de estar em situação legal em solo americano, Bolsonaro não pode exercer qualquer atividade remunerada e nem ser pago para participar de eventos. Crusoé perguntou ao grupo YesBrazilUSA, que tem organizado os encontros de Bolsonaro com seus apoiadores, se o ex-presidente recebe alguma forma de pagamento pela participação nos eventos, mas não recebeu resposta até o fechamento desta reportagem.

O que a lei de imigração americana diz é que um turista não pode trabalhar ou ter qualquer tipo de atividade remunerada enquanto estiver nos EUA, ou seja, ele não pode ser pago para participar do evento”, explica Renato Santanna, do escritório de assessoria de imigração. “Os advogados da AG Immigration têm orientado o Sr. Bolsonaro sobre essas questões e, portanto, entendem que os eventos dos quais ele participou até o momento não prejudicam sua petição de mudança de status.”

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  1. Bolsonaro aconselhado por companheiros protela seu retorno pois sua chegada pode apressar algo que entendem inevitável que seria o acirramento da suja guerra revolucionária política em curso e sob tantos desacertos diante de óbvia insanidade do atual sátrapa qual magoado, cheio de ódio e ansioso por vingança contra quem corretamente lhe fez justiça pode jogar o país num caminho perigoso e sem volta pois com certeza não seremos uma Venezuela mas uma Argentina nesta toada é questão de data.

  2. A abordagem é depreciativa e rasteira. Bolsonaro não é mais medíocre do que Lula, nem é uma página virada. Ainda mais no Brasil onde um "expresídio" pode ser presidente da repúbica.

  3. Se no Brasil existisse realmente uma justiça seria,de respeito,que exercesse fielmente as condições ética,este elemento já teria sido extraditado e preso! Mas se Lula fez o que fez,foi solto e é Presidente,não podemos acreditar em mais nada!

  4. Psico deveria continuar seu exílio em Marte. Quanto a Pinga, espero que em breve o exílio eterno dele se dê junto ao “Tinhoso”.

  5. É Carnaval mas não precisa abusar!!!! CRUUUZZZZ CREDO!!!! O BRASIL abriu a porta do fantasmódromo!!!! Quando nos livraremos, e às futuras gerações, dessas visões dantescamente fantasmagóricas????!!!! CRUUUUZZZEEESSS!!!!

    1. Bom Élvio mas não roubou como uns por aí ... E NÃO CENSUREM a verdade.

    2. Élvio ... mas seria ladrão? seria lavador de dinheiro? seria corrupto ativo e passivo? em que mundo você vive? em Plutão o ex planeta só pode.

    3. Mas seria também ladrão ou lavador de dinheiro ???

    4. Só não é ladrão nem acusado de mandar assassinar sob tortura companheiros que recusaram iniciar a roubalheira como denunciam as famílias das vítimas.

    5. Os insanos, ignorantes e sequazes do TrapaLHAdrão são tão imbecís que não enxergam que serão suas próximas vítimas ... aguardem idiotas.

  6. Já está armando sua fuga. Vai acabar indo “palestrar” na Itália ou outro país conveniente para pedir asilo político. Está tranando, com certeza não está só fazendo visitas a supermercados. Ainda que pareça um acé.falo.

  7. O melhor seria que essa criatura fosse para bem longe. Sua volta ao país vai alimentar o falso heroísmo democrático da esquerda cínica. É um desserviço.

  8. 1- como alguém pode pagar pra ver uma "palestra" dele? 2- ele não tem capacidade, interesse nem coragem de voltar para fazer qualquer tipo de oposição. Isso aí gosta é de vida mansa e viver na aba, como faz há mais de 30 anos; 3- a direita precisa se livrar desse inútil. Num mundo perfeito ele só voltaria pro Brasil para ser preso no dia seguinte.

  9. Nós pagamos os salários dos assessores que eu acho um absurdo para que tantos? Em Reais ou em dólares? O povo brasileiro não tem que pagar a conta dos seus assessores em moeda americana, só faltava isso.

    1. .. DALTON ..... exatamente da mesma forma que h[a anos pagamos os aspones do TrapaLHadrão, da Anta, do FHC e do Collor infeliz e absurdo direito institucional mas os apedeutas ignoraram am e nos deixamos assaltar tolamente .. eis porque este pais se tornou um imenso galinheiro e vai evoluir para o que a profecia do genial Cazuza pregava.

    2. Não pagamos somente o salário dos assessores. Como estão fora do País, recebem diárias em dólares e estão hospedados em hoteis de luxo com as contas pagam por mim, por ti e pelos demais trabalhadores brasileiros pagadores de impostos. Assim é fácil exilar-se, né?

    3. Jovem, nos Estados Unidos não aceitam reais. A moeda lá chama-se dolar.

    4. Tirou as palavras da minha boca. Por que os brasileiros têm que pagar essa gente fora do país? Vou cantar pro Boçal aquela música "ai se eu te pego..."

  10. É muita incompetência e burrice não ter sido reeleito tendo como adversário um corrupto declarado, mesmo que tenha sido posto em liberdade por um 'jeitinho' do stf.

  11. Distante da política no Brasil coisa nenhuma, na realidade deve ficar em contato com sua organização todos os dias. Enquanto isso deveria criar uma igreja evangélica para os insanos seguidores brasileiros que o seguem por lá.

  12. CA g Ao! Covarde ridí-Culo com suas mentiras e seu ódio. Ainda tem Gados pastando nesse cercadinho cheo de E-$trume?

  13. Fica aqui uma pergunta interessante. Se ele se considera um "mito" por que está reticente em relação ao seu retorno ao Brasil?

  14. Só fanáticos descerebrados para pagar R$ 1.300,00 para participar de um palestra do Bolsonaro. Só lamentações e ameaças, fui roubado, eu ganhei as eleições, querem me prender, etc. Ridículo!

  15. Bolsonaro ainda existe porque existem os fanáticos. Até nisto é cópia e cola do luloptismo. Esta equação só será resolvida no Brasil, infelizmente, quando pequena parcela da população, idiota e/ou oportunista deixar de votar contra um ou contra outro. A parcela contrária só deixará de ausentar-se do poder quando tivermos lideres inteligentes, mas sobretudo, éticos, de bom caráter, não medrosos. Ainda não temos. Será que teremos algum dia??

    1. Exatamente isto Eduardo, e infelizmente e talvez nossos tataranetos ou ainda além possam se livrar desta peste da ignorância política!

    2. Isso mesmo, Eduardo 👏🏼

  16. Em 50 dias, o período sabático do Jair custou aos cofres públicos 950 milhões de reais? Não é muito? 950 mil reais já seria um valor elevado (não é esse o caso?)

    1. na verdade o erro estava no segundo parágrafo. Agora eles colocaram no início da frase "Desde que chegou à Flórida". Antes estava "Desde que chegou à capital da Flórida...".

    2. então vc leu errado, tanto é que eles já corrigiram

    3. Eu li “Orlando a capital mundial da DIVERSÃO “ e não Orlando capital da Flórida. MS

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