Zelensky detalha plano de paz americano
Segundo o documento, Ucrânia assinaria tratado de livre comércio com os Estados Unidos após fim do conflito
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky (foto) detalhou nesta quarta, 24, o plano de 20 pontos dos Estados Unidos para acabar com a invasão russa.
O plano foi aceito pelos negociadores ucranianos, americanos e será enviado para a análise de Moscou.
Zelensky apresentou o conteúdo ponto a ponto aos jornalistas estrangeiros em Kiev.
O primeiro ponto reafirma a soberania do país. "Declaramos que a Ucrânia é um Estado soberano, e todos os signatários do acordo confirmam isso com suas assinaturas", disse o presidente.
O segundo estabelece um pacto de não agressão completo e incondicional entre a Rússia e a Ucrânia, com um mecanismo para monitorar a linha de contato usando vigilância espacial não tripulada, notificação antecipada de violações e resolução de conflitos por equipes técnicas.
Como no plano anteriormente apresentado por Trump, que foi criticado como sendo um texto de origem russa, fala-se em impor um limite para as tropas ucranianas em tempos de paz, limitando o contingente a 800 mil militares.
O plano também estabelece que os Estados Unidos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os estados europeus poderiam oferecer garantias que “refletem o Artigo 5”.
O Artigo 5º da Otan estabelece que qualquer ato contra a soberania de um dos membros da aliança deve receber uma resposta de todos os seus membros.
A Ucrânia não é membro da Otan, mas já solicitou seu ingresso.
Após a conclusão do acordo de paz, a Ucrânia se compromete a fazer um acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
"Medidas hostis"
Na terça, 23, a consultoria Eurasia publicou um relatório sobre os principais riscos geopolíticos para o ano de 2026.
No capítulo dedicado à Rússia, o documento classifica o país como a "principal potência fora da ordem internacional", especialmente após o colapso da capacidade nuclear do Irã.
Segundo a consultoria, Moscou deve adotar novas medidas hostis contra os Estados Unidos e a União Europeia, mesmo diante da possibilidade de um cessar-fogo na Ucrânia.
"Neste ano, Moscou adotará ainda mais políticas destinadas a minar a ordem global liderada pelos Estados Unidos, apesar de um provável cessar-fogo na Ucrânia. A Rússia tomará medidas hostis e assimétricas contra países da União Europeia — especialmente aqueles na linha de frente — à medida que continuarem a apoiar políticas contrárias aos interesses russos. Moscou também seguirá exercendo o papel de líder do chamado Eixo dos Párias (ver Risco nº 5 do ano passado: Eixo dos Párias), uma parceria militar estratégica com Irã e Coreia do Norte que pode causar significativa instabilidade global."
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