Zelensky acusa Rússia de ataque em Donetsk
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia do ataque desta sexta-feira, 9 de agosto, na região de Donetsk que, no mínimo, matou 10 pessoas e feriu outras 35. O ataque a míssil (foto) atingiu um supermercado e um posto de correios na cidade de Kostyantynivka. "Terroristas russos atingiram um supermercado comum e uma...
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia do ataque desta sexta-feira, 9 de agosto, na região de Donetsk que, no mínimo, matou 10 pessoas e feriu outras 35.
O ataque a míssil (foto) atingiu um supermercado e um posto de correios na cidade de Kostyantynivka.
"Terroristas russos atingiram um supermercado comum e uma agência dos correios. Há pessoas sob os escombros. Uma operação de resgate está em andamento e tudo será feito para salvá-las. No momento, sabe-se que quatro pessoas foram mortas. Minhas condolências às suas famílias e amigos que perderam seus entes queridos. Pelo menos 24 pessoas ficaram feridas. A Rússia será responsabilizada por esse terror e faremos o nosso melhor para garantir que o mundo continue a apoiar a Ucrânia em apoiar nossa defesa e salvar as vidas de nosso povo", escreveu Zelensky no X.
O chefe regional ucraniano de Donetsk, Vadym Filashkin, afirmou na rede social Telegram que “este é outro ataque direcionado a um lugar lotado, outro ato de terror dos russos”.
Ucrânia parte para a ofensiva
Uma operação surpresa das forças ucranianas nesta semana trouxe, pela primeira vez, a incursão da tropas ligadas a Kiev em território russo, quase dois anos e meio após a Rússia ter invadido o território ucraniano.
A ocupação ucraniana, apesar de limitada e de ter um escopo bem menor que a operação russa, é marcada por incertezas — não se sabe muitos detalhes, uma vez que a mídia estatal ligada a Vladimir Putin é a única com real alcance de cobrir os eventos no país.
Somente nesta sexta, 9, o governo ucraniano admitiu seu envolvimento.
Há, no entanto, fatos concretos.
A operação ocorreu em Kursk, um oblast (divisão administrativa próxima do que é um estado no Brasil) fronteiriço à Ucrânia. A entrada das tropas ucranianas, com cerca de mil homens, foi perto da cidade de Sudzha, por meio da 22ª Brigada Mecanizada do Exército da Ucrânia. Um dos poucos veículos de mídia independente da Rússia indicou que as várias unidades militares de Volodymyr Zelensky encontraram pouca resistência ao avançar pela região, graças à falta de veículos blindados russos.
A cidade de Sudzha, a 10 km da fronteira, tem importância para a economia russa porque nela está um terminal de gasoduto. A partir dali, os canos seguem para a Ucrânia e, principalmente, para a Europa Ocidental, que ainda consome o gás russo. Esse trecho estaria sob controle de tropas ucranianas agora. Outro ativo importante está na região: a usina nuclear de Kursk, a cerca de 80 km das tropas ucranianas.
Mas o avanço dos ucranianos é pontual. O Instituto de Estudos da Guerra (ISW, na sigla em inglês), citando fontes militares russas, apontou que até esta quinta, 8, as tropas ucranianas estariam a 35 km além da fronteira entre os dois países.
Como está mais preocupado com a defesa de seu território, o governo ucraniano não tem como promover uma invasão em larga escala da Rússia.
A Rússia declarou estado de emergência e convocou reservistas para ampliar a frente de combate e forçar o recuo dos ucranianos — mas essas tropas ainda não tinham entrado em serviço ao menos até esta quinta. Soldados mercenários ainda ligados ao grupo Wagner, sob controle do governo russo, também estariam sendo levados à região.
A região em conflito tem a presença de um pequeno grupo de brasileiros, que estudam Medicina na Universidade Estatal Médica de Kursk, considerada de alta qualidade e com com um vestibular mais simples que na escolas brasileiras. O campus fica a cerca de 100 km da área atual de combate.
Leia mais em Crusoé: Por que a Ucrânia invadiu a Rússia
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