Weintraub: mais um ministro polêmico na Esplanada
Antes de chegar ao governo, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub (foto), viveu uma guerra contra uma das principais universidades federais do país, a Unifesp, de São Paulo, que agora está sob sua guarda na pasta. Os problemas começaram já em 2014. Seu irmão, Arthur Weintraub, que também dava aula na Unifesp e hoje...
Antes de chegar ao governo, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub (foto), viveu uma guerra contra uma das principais universidades federais do país, a Unifesp, de São Paulo, que agora está sob sua guarda na pasta.
Os problemas começaram já em 2014. Seu irmão, Arthur Weintraub, que também dava aula na Unifesp e hoje é assessor especial da Presidência da República, trabalhou na formulação do programa de governo da então candidata Marina Silva. Professores e alunos ligados ao PT começaram a criticá-los.
Foi um aperitivo do que viria depois. Mais especificamente quando ambos se aproximaram do então deputado federal Onyx Lorenzoni, há dois anos. O atual ministro da Casa Civil, que na época começava a articular apoios a Jair Bolsonaro, os chamou para ajudar na elaboração de um programa para a área previdenciária da campanha de Bolsonaro.
Aí, a relação com a Unifesp deteriorou de vez. Houve revolta de professores e estudantes contra os irmãos. Há relatos até de ameaças de morte. A relação com a reitora, Soraya Smaili, que Weintraub considera ligada ao PSOL, até hoje é péssima.
Os irmãos passaram então a adotar uma estratégia para combater o que consideravam ser uma perseguição sem precedentes na história da universidade. Falavam diretamente com os protagonistas dos ataques. Abraham chegou a telefonar para um aluno que havia dito que torcia para que ele e sua família morressem. Quis saber se era esse mesmo o interesse do estudante.
No auge da crise, durante a campanha presidencial de 2018, ele providenciou documentos para se mudar para o Canadá. Pretendia passar a viver no país caso Bolsonaro perdesse a eleição. Se Fernando Haddad vencesse, dizia, sua situação ficaria insustentável.
Em privado, afirmava que dos cerca de dois mil professores da Unifesp, um quarto é de centro-direita, um quarto é simpático ao PT, outro quarto admira o PSOL e o restante é "socialista fabiano" (como setores da direita definem o que seria, segundo eles, uma versão mais light do socialismo).
A universidade, segundo o novo ministro disse a um interlocutor que conversou com Crusoé, abriu quatro processos administrativos contra ele e cinco contra seu irmão. O principal motivo era a utilização do nome da Unifesp quando ambos se apresentavam em eventos políticos.
Fontes no Palácio do Planalto informam também que o ministro, apesar de economista, é muito interessado em genética. Chegou a fazer o mapeamento do seu DNA, que concluiu que a maior parte do seu campo genético é ameríndio. A família da mãe tem origem portuguesa, e a do pai, polonesa. O pai de Abraham Weintraub, inclusive, esteve em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial. Um tio dele era da cavalaria polonesa.
O ministro tem três filhos, que estudam em um dos colégios particulares mais caros de São Paulo.
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Comentários (10)
Clare
2019-04-11 11:10:16O que não é ser admirador de Olavo de Carvalho. Isso é demais.
Igor
2019-04-10 17:31:06"Segundo eles". Caramba, jornalista, usa o Google ao menos antes de escrever. Tem que ser desinformado assim pra ser jornalista? Não é pq você não conhece que é invenção dos outros
Tocqueville
2019-04-09 11:23:04Esse cara é direita raiz, já enfrentou as hordas esquerdistas de frente, portanto, é um autêntico guerreiro testado na guerra cultural. Mas precisa fazer o MEC andar.
Marcos
2019-04-09 10:58:26Atitudes abomináveis essas desse pessoal que não aceita nenhuma opinião divergente da deles. Acham que todo mundo tem que aceitar o que eles pregam, sem contestar. O mesmo acontece aqui com os assinantes desta revista. Amigos, onde anda nossa democracia? Se vc não concorda, discuta, comente sem palavras de baixo calão. Afinal não precisamos ler esse monte de palavrão, que não aceitamos em nossas casas.
Jose
2019-04-09 10:26:27Buona Fortuna Sr. Abraham Weintraub!
Hildegundes
2019-04-09 09:07:01A gestão da educação no governo atual vai ser extremamente difícil, seja quem for o gestor. Todos os níveis da educação, da pré escola à pós graduação, está toda aparelhada por profissionais de esquerda, muitos com competência discutível, mas com uma maioria pensando em defender suas ideologias e não a boa qualidade do ensino. Tem que se fazer uma faxina geral na educação, mas sem perder o foco na melhoria da qualidade e modernização do ensino, principalmente no ensino básico.
Paulo
2019-04-09 08:46:18Mal posso esperar para acabar o tempo da minha assinatura, que vocês tão liberais não permitem que seja interrompida, obrigando-nos a aguentar esta merda (opa) até o fim.
ALESSANDRA
2019-04-09 08:36:21Com o baixo nível intelectual dos novos alunos universitários, a decadência do ensino público e a visão de esquerda psicopata os egressos dessas Universidades só poderão ser funcionários públicos e aparelhar o estado porque na iniciativa privada ninguém emprega pessoas desestruturadas que fazem ameaças de morte aos que tem outra opção política.
ALESSANDRA
2019-04-09 08:32:38Desnecessária a última frase da matéria. Em escola pública é que não iam estudar certo? E se é cara ou barata a escola não nos interessa também, interessa fazer uma gestão descente no MEC.
Lucila
2019-04-09 08:29:03Horrível está indicação. Inadequado agressivo grosseiro e ideológico. Fanático. O mec precisa do Mozart