Vitória de Caiado em Goiânia é significativa, mas localizada
Governador emplacou seu indicado na prefeitura de Goiânia e já anunciou sua pretensão de concorrer à Presidência
O ex-deputado federal Sandro Mabel, do União Brasil, venceu a eleição em Goiânia com 55,53% dos votos. Mabel foi apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado, do mesmo partido (foto).
Caiado apareceu nas inserções eleitorais de Mabel e participou de atos da campanha.
Aprovado por 75% da população, Caiado também conseguiu emplacar prefeitos aliados em 210 das 246 cidades do estado.
O sucesso ajuda Caiado em seu projeto de se lançar à Presidência em 2026 pelo seu partido. Ele já se declarou pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Mas Caiado tem dois grandes obstáculos pela frente.
O primeiro é que Goiás é um estado com pouca projeção nacional.
"Essa vitória não garante nada. Ao vencer em Goiânia, Caiado mostrou que fez o seu dever de casa, assim como o governador paraense Helder Barbalho obteve a vitória de Igor Normando em Belém. Foi uma vitória localizada", diz o cientista político Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy.
O segundo obstáculo é a briga que Caiado comprou com o bolsonarismo ao anunciar sua pretensão presidencial.
Embora não seja uma guerra declarada, será muito difícil curar as feridas do confronto político dos últimos dias.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de inelegível, nunca aceitou que outros políticos da direita ameaçassem tomar o seu lugar.
Na véspera do segundo turno, ele criticou o apoio que o PT deu ao candidato Mabel, visto como uma alternativa ao bolsonarismo. "O Caiado aceitou o apoio do PT ao Sandro Mabel. Ou seja, quem diria o Caiado da UDR (União Democrática Ruralista), que fala grosso, gosta de ranger os dentes, aceitou o apoio do PT. Agora, o PT não apoia de graça. Alguma coisa foi acertada", disse Bolsonaro.
Caiado também tem sido bombardeado sem dó pelos bolsonaristas, que falam em nome do ex-presidente.
Nos últimos dias, o deputado federal Gustavo Gayer o acusou de estar por trás da operação de busca e apreensão da Polícia Federal em sua casa, em uma investigação sobre um suposto desvio de verbas da cota parlamentar.
Em um vídeo, Gayer chamou Caiado várias vezes de canalha: "A sua chance de ser presidente do Brasil acabou".
O motivo da ira de Gayer contra Caiado foi uma declaração que o governador teria dado sobre a operação na casa do deputado bolsonarista: "Com a PF batendo na porta, foi a primeira vez que Gayer acordou cedo na vida, pena que não foi para trabalhar".
Após o resultado da eleição em Goiânia, Gayer afirmou que "venceu o sistema".
"O (momento) presente pode até ser deles, mas o futuro será nosso", escreveu Gayer, em uma foto ao lado de Fred Rodrigues, o candidato derrotado do PL à prefeitura de Goiânia.
Em resposta a uma postagem de Gayer nas redes sociais, Michelle Bolsonaro escreveu: "Quem nasceu para ser Caiado jamais será Bolsonaro".
O problema para Caiado é que, sem o apoio de Bolsonaro, suas chances de ganhar impulso em uma campanha presidencial diminuem. E seu estado de Goiás pode não ter força suficiente para catapultá-lo a algo maior.
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Comentários (1)
MARCOS ANTONIO RAINHO GOMES DA COSTA
2024-10-28 12:12:20EU ERA TARCÍSIO PRESIEENTE MAS DESCOBRI QUE O TARCISIO PREJUDICA OS DEFICIENTES FÍSICOS, AO CONTRÁRIO, FAZ TUDO PARA PREJUDICAR OS DEFICIENTES. FORA TARCISIO, VOU VOTAR NO CAIADO PARA PRESIDENTE.