Uruguai mostra que combate à pandemia pode ser feito sem corrupção
A necessidade de os governos realizarem compras emergenciais durante a pandemia de coronavírus elevou o número de casos de corrupção em toda a América Latina. Mas um país parece ter permanecido imune ao problema, o Uruguai. No ranking da Transparência Internacional divulgado em janeiro, que mede a percepção que as pessoas têm da corrupção, o...
A necessidade de os governos realizarem compras emergenciais durante a pandemia de coronavírus elevou o número de casos de corrupção em toda a América Latina. Mas um país parece ter permanecido imune ao problema, o Uruguai.
No ranking da Transparência Internacional divulgado em janeiro, que mede a percepção que as pessoas têm da corrupção, o Uruguai ficou na liderança na região. No ranking da Americas Society/Conselho das Américas, feito pela Control Risks, o pequeno país também ficou à frente, pelo segundo ano consecutivo.
"O Uruguai navegou muito bem durante a pandemia nas compras públicas. Não vimos nenhum grande escândalo de corrupção por lá, embora isso tenha acontecido em quase todos os países", diz Geert Aalbers, diretor da consultoria Control Risks, que há três anos faz o ranking de combate à corrupção.
"O combate à corrupção é mais eficiente quando os três pilares que medimos, a capacidade legal de investigar e punir, a força da democracia e das instituições políticas, e o vigor da sociedade civil e da imprensa estão bem cristalizados. Esse parece ser o caso do Uruguai, assim como do Chile e da Costa Rica", diz Aalbers.
A mudança de presidente em 2020, com a posse de Luis Lacalle Pou (foto), não alterou o trabalho contra a corrupção. A Control Risks, contudo, aponta alguns pontos que precisam de atenção, para evitar retrocessos no futuro.
Com a adoção de medidas de austeridade, o governo poderia cortar ainda mais o orçamento da Jutep, a principal agência anticorrupção, prejudicando as investigações.
Outro temor é que medidas para reduzir a burocracia e atrair investimentos criem brechas e permitam a lavagem de dinheiro. "Todo governo que simplifica os tributos com o objetivo de ficar mais atraente precisa encarar esse desafio. Por enquanto, é algo para ficar atento", diz Albers.
No ranking que mede a capacidade de combate à corrupção, o Brasil caiu da segunda para a sexta posição em três anos.
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Comentários (3)
Nelson
2021-06-16 05:12:18Enfim uma água limpa na América Latrina.
Leonardo
2021-06-16 00:29:50Não apenas parece o G1 pelo nível de contudo, passaram destacar trechos para os que tem preguiça de ler uma dúzia de parágrafos.
Fernando
2021-06-15 12:09:12A melhoria do combate a corrupção passa pela aprovação da lei anticorrupção, prisão em 2a. instância e principalmente uma saneada no STF, sem o que é chover no molhado.