Uma aposentadoria para o ditador Maduro?
Uma reportagem publicada no jornal americano Wall Street Journal no domingo, 11, afirma que membros do governo do presidente americano Joe Biden ofereceram ao ditador Nicolás Maduro uma anistia, para incentivá-lo a deixar o poder caso ele perdesse as eleições de 28 de julho. Em 2020, Maduro foi acusado de inundar os Estados Unidos com...
Uma reportagem publicada no jornal americano Wall Street Journal no domingo, 11, afirma que membros do governo do presidente americano Joe Biden ofereceram ao ditador Nicolás Maduro uma anistia, para incentivá-lo a deixar o poder caso ele perdesse as eleições de 28 de julho.
Em 2020, Maduro foi acusado de inundar os Estados Unidos com cocaína. Uma recompensa de 15 milhões de dólares foi oferecida para quem ajudasse em sua prisão. Se Maduro for detido e levado para os Estados Unidos, ele teria de enfrentar a Justiça.
Nas negociações reveladas pelo WSJ, o governo americano estaria se comprometendo a não ir adiante com o caso de narcotráfico para beneficiar o ditador, que assim poderia deixar o poder e viver tranquilo em algum canto do mundo.
As conversas, segundo o jornal, teriam ocorrido virtualmente e em Doha, no Catar. Daniel Rickson, responsável pelas relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, teria falado com o chavista Jorge Rodríguez, presidente do Congresso da Venezuela.
As informações não foram confirmadas por nenhum dos lados, mas são condizentes com a postura mais negociadora dos presidentes democratas. Quando o republicano Donald Trump esteve na Casa Branca, uma oferta desse tipo seria impensável. Trump foi muito mais duro com a Venezuela em seu governo.
Os americanos costumam chamar essas pressões externas de política "da cenoura e do chicote". Para fazer um cavalo andar, é preciso oferecer uma cenoura, um incentivo. Se ele não se mover, é preciso bater com o chicote.
Ao lidar com ditadores pelo mundo, os democratas são mais favoráveis a oferecer a cenoura, enquanto os republicanos são adeptos do chicote, como impor sanções ou realizar ações militares.
Mas a oferta americana, se aconteceu de fato, não funcionou.
Maduro não vê motivos para se preocupar com a vida fora do poder, porque não há ainda nenhum sinal de que ele não conseguirá seguir governando.
Na semana passada, ele exigiu que os generais jurassem lealdade a ele publicando vídeos na internet.
Segundo a ONG Foro Penal , 1305 pessoas foram detidas desde a fruade eleitoral, sendo 117 adolecentes e 14 indígenas.
Maduro ainda conta com o governo de Lula, do colombiano Gustavo Petro e do mexicano Andrés Manuel López Obrador para se esquivar das discussões sobre fraude eleitoral, enquanto prende os venezuelanos que pedem a democracia.
O ditador ainda recebeu o apoio de Rússia, China, Irã e Cuba, que compram seu petróleo, vendem armas e fornecem agentes de inteligência.
O cálculo do ditador é ganhar tempo. Sem dar atenção aos que reclamam de sua fraude eleitoral, ele escala a repressão até que os dissidentes se calem e o povo parede de se manifestar.
Essa técnica funcionou em 2019, quando Juan Guaidó foi proclamado presidente do país, com apoio dos veneuzelanos, de outros países e dos Estados Unidos.
Maduro acha que pode dar certo agora também.
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