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Um ano e meio após escândalo, Alesp vai entrar no caso Americanas

15.06.24 09:47

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) decidiu instalar, apenas agora, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as Lojas Americanas, mais de um ano e meio após a fraude contábil da empresa ser descoberta. A decisão foi tomada em um ato do presidente da Casa, André do Prado (PL), publicado na última quinta-feira, 13, no Diário Oficial do Estado.

A proposta de uma comissão só teve o mínimo de assinaturas necessárias – dos 94 deputados- em maio desse ano, mais de um ano e dois meses após o pedido de abertura da comissão.

Nesse meio tempo, a Câmara dos Deputados começou e terminou a sua própria investigação sobre o tema. Ao final, com a união improvável entre PL e Psol no relatório final, o relator Carlos Chiodini, deputado do MDB catarinense, alegou que não foi possível definir “de forma precisa a autoria dos fatos identificados, nem imputar a respectiva responsabilidade criminal, civil ou administrativa a instituições ou pessoas determinadas”. Chiodini também disse que as investigações do Ministério Público e da PF sobre a fraude estão mais avançadas.

Assim, a CPI terminou em pizza nesta terça-feira  e isentou a antiga diretoria e os acionistas de referência da empresa —os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles— pelo rombo descoberto em mais de 20 bilhões de reais que chegou a 43 bilhões de reais após a queda de ações.

Indiretamente, a tardia CPI das Americanas é também um freio no ímpeto da base bolsonarista, uma vez que o limite de comissões simultâneas pode travar uma investigação sobre a TV Cultura. A emissora estatal é financiada pelo Palácio dos Bandeirantes, mas possui independência editorial do governo – o que irrita o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e parte da sua base, que desejam uma maior ingerência sobre o conteúdo que é veiculado.

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