Um agradecimento de Maduro a Lula
Em entrevista a agências de notícias internacionais, o petista disse que não gostaria de ver uma "invasão terrestre" dos Estados Unidos na Venezuela
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, fez na terça-feira, 4, um agradecimento ao presidente Lula (PT), seu aliado, por dizer que não gostaria de ver uma "invasão terrestre" dos Estados Unidos na Venezuela.
"E agradeço também ao presidente Lula da Silva, pois Lula fez um pronunciamento contundente pela paz na América do Sul, na América Latina, e sobre o poder que a Celac deve ter", disse Maduro em um congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela, o PSUV.
Em entrevista a agências de notícias internacionais, o petista afirmou ter dito a Donald Trump, presidente dos EUA, que "problema político" se resolve com "diálogos".
“Não quero que a gente chegue a uma invasão terrestre [da Venezuela por forças militares dos Estados Unidos]”, disse Lula. "Eu disse ao presidente Trump: problema político a gente não resolve com armas. A gente resolve com diálogos".
Maduro com os dias contados?
Trump afirmou que os dias do ditador Nicolás Maduro à frente do regime da Venezuela estão contados.
A declaração foi dada em entrevista ao programa “60 minutes”, da CBS News, veiculado no domingo, 2.
Questionado pela apresentadora Nora O’Donnel se os EUA entrariam em guerra contra a Venezuela, Trump disse duvidar que possa acontecer.
O Antagonista reproduz abaixo um trecho da entrevista.
“Norah O’Donnell: E agora o USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, a caminho do Caribe. Vamos entrar em guerra contra a Venezuela?
Donald Trump: Duvido. Não acho que seja verdade. Mas eles têm nos tratado muito mal, não só em relação às drogas — eles despejaram centenas de milhares de pessoas em nosso país que não queríamos, pessoas das prisões — eles esvaziaram suas prisões em nosso país. Eles também — se você observar, eles esvaziaram seus hospitais psiquiátricos e seus manicômios nos Estados Unidos da América, porque Joe Biden foi o pior presidente da história do nosso país.
Norah O’Donnell: Mas eu só quero falar sobre a dimensão da operação militar em torno da Venezuela, porque ela foi descrita ao programa ’60 Minutes’ como usar um maçarico para cozinhar um ovo. Será que o objetivo é impedir…
Donald Trump: Bem, eu acho que não. Veja bem…
Norah O’Donnell: Mas deixe-me perguntar: trata-se de combater o narcotráfico? Ou trata-se de se livrar do presidente Maduro?
Donald Trump: Não, trata-se de muitas coisas. Este é um país que permitiu que suas prisões fossem esvaziadas em nosso país. Para mim, isso seria quase o principal problema, porque temos outros países…
Norah O’Donnell: Não precisamos explodir barcos para lidar com isso…
Donald Trump: Olha, o México tem sido muito ruim para nós em relação às drogas, entendeu? Muito ruim. Temos uma fronteira fechada agora. Vocês provavelmente notaram que, por cinco meses seguidos, eles não tiveram nenhuma — pensem nisso, nenhuma pessoa entrando em nosso país pela nossa fronteira sul.
Norah O’Donnell: Em relação à Venezuela em particular, os dias de Maduro como presidente estão contados?
Donald Trump: Eu diria que sim. Acho que sim.
Norah O’Donnell: E essa questão das possíveis ataques por terra na Venezuela, é verdade?
Donald Trump: Eu não digo isso a vocês. Quer dizer, não estou dizendo que é verdade ou mentira, mas eu… sabe, eu não…
Norah O’Donnell: Por que faríamos isso?
Donald Trump: —Eu não diria que faria isso. Mas— porque eu não converso com repórteres sobre se vou ou não atacar.”
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