Trump conseguirá aproximar Israel e Síria?
Presidente dos EUA ressaltou "oportunidade histórica" para os países normalizarem relações após queda de Assad
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o trabalho do presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, na reconstrução do país após a deposição do ditador Bashar Assad.
Em postagem na Truth Social, Trump afirmou que parte “dos resultados alcançados” decorre da suspensão das sanções históricas impostas pelos EUA ao regime sírio.
"Os Estados Unidos estão muito satisfeitos com os resultados alcançados, fruto de trabalho árduo e determinação, na Síria. Estamos fazendo tudo ao nosso alcance para garantir que o governo sírio continue a cumprir seu propósito, que é substancial, a fim de construir um país verdadeiramente próspero. Um dos fatores que contribuiu enormemente para isso foi o meu pedido de suspensão das sanções severas e rigorosas — acredito que isso foi muito bem recebido pela Síria, sua liderança e seu povo!", escreveu.
"Oportunidade histórica"
Trump também classificou o momento como uma “oportunidade histórica” para que Israel e Síria estabeleçam “uma relação longa e próspera”.
"É fundamental que Israel mantenha um diálogo sólido e genuíno com a Síria e que nada interfira na evolução da Síria rumo a um Estado próspero. O novo presidente da Síria, Ahmed al-Sharaa, está trabalhando diligentemente para garantir que coisas boas aconteçam e que a Síria e Israel tenham uma relação longa e próspera. Esta é uma oportunidade histórica, que se soma ao SUCESSO já alcançado pela PAZ NO ORIENTE MÉDIO!", concluiu.
A mensagem ocorre após um novo episódio de tensão na região.
Na sexta, 28, as Forças de Defesa de Israel (FDI) eliminaram 13 terroristas do grupo islâmico libanês Jama'a Islamiya, na vila de Beit Jinn, no sul da Síria.
O Ministério das Relações Exteriores sírio classificou a ação como um "bombardeio brutal e deliberado" que matou mulheres e crianças após moradores “confrontarem” os soldados israelenses.
Desconfiança
Assad foi deposto em dezembro de 2024 e, desde então, Israel ocupou diversas aldeias no sul da Síria.
O governo de Benjamin Netanyahu mostra desconfiança com o novo comando do país, sobretudo pelo passado de al-Sharaa, um ex-terrorista.
No início do ano, as FDI lançaram uma série de ataques aéreos contra infraestruturas militares deixadas por Assad.
Em março, Israel interveio em defesa da comunidade drusa, com quem mantém laços, durante confronto com as forças do novo governo.
Colinas de Golã
Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, a Síria participou de conflitos militares contra os israelenses.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou as Colinas de Golã, que era um território sírio, e considerado estratégico pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) por sua localização elevada.
Os dois países, portanto, não assinaram acordos de paz desde então.
Acordos de Abraão
Trump tem sinalizado que deseja ver a Síria integrando os Acordos de Abraão.
O documento é uma série de acordos diplomáticos assinados a partir de 2020 entre Israel e países árabes do Oriente Médio e Norte da África, com mediação dos Estados Unidos durante o primeiro mandato de Donald Trump.
Os acordos preveem a normalização das relações diplomáticas entre Israel e as nações signatárias, estimulando cooperação econômica, tecnológica e de segurança, além de buscar maior estabilidade regional frente à influência do Irã.
Até o momento, os países signatários são: Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão, Cazaquistão e Marrocos.
Com Assad, a chance era impossível.
Agora, porém, com a queda do ditador e a aproximação entre Trump e o novo presidente Ahmed al-Sharaa, a possibilidade se tornou maior.
Leia mais: Síria 'trocará' as Colinas de Golã por reconhecimento diplomático de Israel?
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