Todos os que falaram da Venezuela na ONU, menos Lula
Chefes de governo de Estados Unidos, Itália, Espanha, Chile, Argentina, Panamá e Uruguai citaram a fraude eleitoral e violações de direitos humanos por Nicolás Maduro
O presidente Lula calou-se sobre a Venezuela em seu discurso na ONU, apesar de o Brasil ser diretamente impactado pelo fluxo de venezuelanos que fogem da perseguição, da fome e da falta de perspectivas.
Mas diversos outros chefes de governo e de Estado condenaram a fraude eleitoral e as violações de direitos humanos.
Aqui vai um compilado das principais declarações sobre a Venezuela feitas no púlpito da ONU, em Nova York, esta semana:
“Já vi isso em todo o mundo: os homens e mulheres valentes que acabaram com o apartheid, derrubaram o Muro de Berlim e lutam hoje pela liberdade, justiça e dignidade. Vimos essa jornada universal em direção aos direitos e à liberdade na Venezuela, onde os eleitores emitiram seus votos por uma mudança que não pode ser negada"
Joe Biden, presidente dos Estados Unidos
"Penso em particular no povo venezuelano, a quem estendemos toda a nossa solidariedade e apoio. A comunidade internacional não pode ficar parada enquanto, quase dois meses depois das eleições de 28 de Julho, o resultado eleitoral ainda não foi reconhecido e, entretanto, tem havido uma repressão brutal: dezenas de manifestantes morreram, milhares de opositores políticos foram foi detido arbitrariamente e o candidato presidencial da oposição democrática foi indiciado e exilado. É nosso dever falar."
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália (foto)
“Quero reiterar mais uma vez o compromisso inquebrável da Espanha com a democracia e a defesa dos direitos humanos na Venezuela, e condenar qualquer detenção ou ameaça contra os líderes políticos. É imperativo o respeito da vontade do povo venezuelano, com a divugação dos resultados eleitorais em condições de total transparência”
Pedro Sánchez, primeiro-ministro da Espanha
"Eu acho que aqui não é o caso de pedir a entrega das atas eleitorais ou algo do tipo. Aqui se trata de condenar a fraude, condenar o regime e condenar um processo eleitoral viciado. É preciso condenar o regime também por causa da perseguição, da violação dos direitos humanos e das prisões arbitrárias", afirmou o uruguaio. "Sei que muitos chefes de governo e de Estado falaram sobre isso. Para mim, acho que chegou a hora de agir. Chegou a hora de agir pela Venezuela e pelos venezuelanos. E também, me permitam... Se a comunidade internacional tolerar essas atitudes, então só resta esperar para saber qual será o próximo país que estará sujeito ao mesmo destino dos venezuelanos"
Luis Lacalle Pou, presidente do Uruguai.
"Nesta mesma casa que afirma defender os direitos humanos, permitiu-se a entrada, no Conselho de Direitos Humanos, de ditaduras sangrentas como a de Cuba e da Venezuela, sem a menor censura. Nesta mesma casa que afirma defender os direitos das mulheres, permitiu-se a entrada no Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as mulheres, de países que punem as suas mulheres por mostrarem a pele. Nesta mesma Câmara, sistematicamente, votaram contra a Estado de Israel, que é o único país do Oriente Médio que defende democracia liberal"
Javier Milei, presidente da Argentina
"Trago à coalizão o tema Venezuela, porque é muito difícil para mim falar sobre saúde e meio ambiente quando milhões de nossos vizinhos se veem obrigados a sair de seu território, fugindo da miséria que vive um país que deveria ser uma potência econômica"
José Raúl Mulino, presidente do Panamá
"Nós precisamos adotar uma única posição entre os países progressistas. As violações dos direitos humanos não podem ser julgadas conforme a cor do ditador de turno que o violar, ou do presidente que os violar, seja (Benjamin) Netanyahu em Israel, (Nicolás) Maduro na Venezuela, (Daniel) Ortega na Nicarágua ou Vladimir Putin na Rússia"
Gabriel Boric, presidente do Chile
“Rejeitamos, no hemisfério e no mundo, qualquer tentativa de reprimir as aspirações de liberdade e justiça expressas pelos povos do mundo através de processos livres e democráticos, como está acontecendo atualmente na Venezuela e na Nicarágua”
Bernardo Arévalo, presidente da Guatemala
"Temos o exemplo da Venezuela, que combina a concentração de poder, a perseguição à oposição e a censura aos meios de comunicação. Sem a devida transparência que qualquer processo eleitoral exige e sem qualquer suporte documental, a crise só irá piorar."
Luis Abinader, presidente da República Dominicana
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