Crusoé
25.05.2025 Fazer Login Assinar
Crusoé
Crusoé
Fazer Login
  • Acervo
  • Edição diária
Edição Semanal
Pesquisar
crusoe

X

  • Olá! Fazer login
Pesquisar
  • Acervo
  • Edição diária
  • Edição Semanal
    • Entrevistas
    • O Caminho do Dinheiro
    • Ilha de Cultura
    • Leitura de Jogo
    • Crônica
    • Colunistas
    • Assine já
      • Princípios editoriais
      • Central de ajuda ao assinante
      • Política de privacidade
      • Termos de uso
      • Política de Cookies
      • Código de conduta
      • Política de compliance
      • Baixe o APP Crusoé
    E siga a Crusoé nas redes
    Facebook Twitter Instagram

    'Toda ditadura um dia cai', diz Juan Sebastián Chamorro, da Nicarágua

    A família Chamorro está profundamente envolvida na história recente da Nicarágua. O assassinato a tiros do jornalista Pedro Joaquín Chamorro Cardenal, em 1978, foi o estopim da Revolução Sandinista, que no ano seguinte derrubou o ditador Anastasio Somoza. Quem assumiu o poder então foi Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Em 1990,...

    Crusoé
    6 minutos de leitura 20.07.2020 08:03 comentários 0
    Juan Sebastián Chamorro Nicarágua
    • Whastapp
    • Facebook
    • Twitter
    • COMPARTILHAR

    A família Chamorro está profundamente envolvida na história recente da Nicarágua. O assassinato a tiros do jornalista Pedro Joaquín Chamorro Cardenal, em 1978, foi o estopim da Revolução Sandinista, que no ano seguinte derrubou o ditador Anastasio Somoza. Quem assumiu o poder então foi Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Em 1990, Ortega perdeu as eleições para Violeta Chamorro, viúva de Pedro Joaquín Chamorro Cardenal. Ao aglutinar vários partidos de oposição, ela tornou-se a primeira mulher a ser eleita para o cargo de presidente no continente americano.

    Com 49 anos, o economista Juan Sebastián Chamorro é sobrinho de Pedro Joaquim e de Violeta Chamorro. Sua trajetória inicialmente esteve ligada à pesquisa, como diretor-executivo da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Social (Funides), um think tank na capital Manágua. Em 2018, Juan Sebastián assumiu um papel mais político, participando das negociações entre o governo de Daniel Ortega e a oposição. Em abril daquele ano, os nicaraguenses realizaram manifestações contra a reforma do sistema de aposentadorias. A repressão governamental, feita com grupos paramilitares, deixou 325 mortos. O massacre consolidou a ditadura de Ortega e de sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo.

    No ano passado, Juan Sebastián Chamorro deixou o cargo de diretor-executivo na Funides para coordenar a Aliança Cívica pela Justiça e Democracia, um grupo de organizações da sociedade civil que emergiu das tentativas de conversas com a ditadura. A Aliança pede o fim da violência e da intimidação, a libertação dos presos políticos, uma reforma eleitoral e o retorno à democracia. A missão, que já não era fácil, tornou-se ainda mais penosa com a chegada da pandemia do coronavírus. O governo da Nicarágua não tomou medidas para conter a disseminação da Covid-19. Os meios estatais evitam falar sobre a doença e publicam dados enganosos. “O governo simplesmente deixou de contar os casos”, diz Chamorro. Ele conversou com Crusoé pelo telefone.

    A ditadura da Nicarágua tem admitido um número muito baixo de mortes por coronavírus, menos de 100 desde março. Dá para confiar nessas estatísticas?
    São dados totalmente falsos. O governo está ocultando a verdade. Basta comparar a situação da Nicarágua com a de outros países da América Central. Honduras, que é nosso vizinho, tem 30 mil infectados. Costa Rica, 8 mil. Mas o governo da Nicarágua diz que somente 300 infectados são atendidos no país por semana. Não tem lógica. O governo simplesmente deixou de contar os casos.

    Qual seria um número mais próximo da realidade?
    Com base nas informações de voluntários, que enviam dados de hospitais e centros de saúde, há cerca de 8 mil contaminados e 2.225 mortos.

    O fato de que há uma ditadura na Nicarágua atrapalha o combate à Covid-19?
    A primeira coisa que acontece em uma ditadura é o controle ferrenho da informação. Tudo é comunicado de uma maneira muito enganosa. Muitas vítimas fatais do coronavírus estão sendo registradas apenas como casos de pneumonia, para não inflar os dados oficiais. Mas não se trata apenas de um problema de registro das mortes. O controle faz com que as pessoas não saibam o que está acontecendo. Os meios de comunicação da ditadura, principalmente a televisão, fazem todo o possível para passar uma imagem de normalidade. Noticiam atividades como se não existisse uma pandemia. O campeonato de futebol e os jogos de beisebol não pararam. Também há lutas de boxe e shows de música. O governo tem feito todo o possível para desviar a atenção. Se ficar evidente que eles são incapazes em lidar com a doença, isso criaria uma situação catastrófica para o regime.

    O governo tem dado orientações sobre prevenção, ensinando a lavar as mãos e a usar máscaras?
    Eles estão começando a fazer isso agora. O problema é que a ditadura politizou muito o tema. O governo tem dito que a oposição tem interesse em criar o pânico na sociedade. Até agora, fomos nós, na oposição, que mais temos informado a população sobre os surtos. Graças a esse trabalho, muitos nicaraguenses entenderam a seriedade do assunto e adotaram medidas preventivas por conta própria.

    Assim que a pandemia surgiu, Daniel Ortega passou um mês sumido. O que aconteceu?
    Ele já fez isso várias vezes. Não sei o motivo, mas é algo que mostra a total ausência de liderança e de interesse pelo que está passando. Depois disso, Ortega passou mais dezoito dias sem dar notícias. Reapareceu falando do problema dos caminhões que estavam parados na fronteira com a Costa Rica. O governo desse país vizinho está preocupado porque a Nicarágua não tomou medida sanitária alguma. A questão econômica é o que mais preocupa Ortega.

    Por quê?
    As finanças públicas foram muito golpeadas. Desde as manifestações em 2018, a economia entrou em uma crise profunda. Cerca de 350 pessoas foram assassinadas. Outras 700 se tornaram presos políticos. Milhares foram para o exílio. Isso espantou os turistas. O investimento estrangeiro direto caiu bruscamente, afetando as indústrias de exportação.

    A Nicarágua poderá se tornar uma ditadura como a de Cuba, que já perdura por mais de seis décadas?
    Acho isso muito pouco provável. Na Nicarágua, já tivemos várias ditaduras. Pela nossa história, aprendemos que toda ditadura um dia cai. As condições aqui são distintas das de Cuba ou Venezuela. Não temos recursos econômicos como os venezuelanos para financiar uma repressão. Com relação a Cuba, o povo da Nicarágua viveu recentemente um período de democracia, de liberdade. E não somos uma ilha. A ditadura cubana também tem vários círculos de poder e de interesses. Na Nicarágua, o poder está concentrado em um círculo muito pequeno em volta do ditador e de sua esposa. A imensa maioria está contra Ortega e quer o retorno à democracia.

    Diários

    Deputados querem restituição de valores descontados de benefícios em 30 dias

    Guilherme Resck Visualizar

    Senador quer audiência com Ronaldo Fenômeno para debater melhorias na CBF

    Guilherme Resck Visualizar

    Haddad na República do improviso

    Rodolfo Borges Visualizar

    Crusoé 368: A sem noção

    Crusoé Visualizar

    Renan cutuca governo Lula por aumento do IOF

    Crusoé Visualizar

    EUA oficializam fim de sanções à Síria

    Crusoé Visualizar

    Mais Lidas

    A pegadinha do fim da reeleição

    A pegadinha do fim da reeleição

    Visualizar notícia
    A sem noção

    A sem noção

    Visualizar notícia
    Assinaturas digitais criam nova forma de endividamento

    Assinaturas digitais criam nova forma de endividamento

    Visualizar notícia
    Crusoé 368: A sem noção

    Crusoé 368: A sem noção

    Visualizar notícia
    Haddad na República do improviso

    Haddad na República do improviso

    Visualizar notícia
    Janja e a arte de ignorar o que não se sabe

    Janja e a arte de ignorar o que não se sabe

    Visualizar notícia
    Janja, Janjo e a visão dos ungidos

    Janja, Janjo e a visão dos ungidos

    Visualizar notícia
    Jogo rápido na CBF

    Jogo rápido na CBF

    Visualizar notícia
    O agente secreto da banalidade

    O agente secreto da banalidade

    Visualizar notícia
    Querem regulamentar o bebê reborn

    Querem regulamentar o bebê reborn

    Visualizar notícia

    Tags relacionadas

    América Latina

    Anastasio Somoza

    Coronavírus

    Costa Rica

    Covid

    Covid-19

    Cuba

    Daniel Ortega

    direitos humanos

    Distanciamento social

    ditadura

    Esquerda

    Estados Unidos

    Frente Sandinista

    FSLN

    Honduras

    Igreja Católica

    isolamento social

    Juan Sebastián Chamorro

    Nicarágua

    novo coronavírus

    Pandemia

    paramilitares

    partidos de esquerda

    presos políticos

    Revolução Sandinista

    Rosario Murillo

    Venezuela

    Violeta Chamorro

    < Notícia Anterior

    Ofensiva de desembargadora contra o isolamento social vai parar no CNJ

    19.07.2020 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    Próxima notícia >

    Flávio presta depoimento nesta segunda sobre vazamento de operação

    20.07.2020 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar

    Crusoé

    Suas redes

    Twitter Instagram Facebook

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (0)

    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (0)


    Notícias relacionadas

    Deputados querem restituição de valores descontados de benefícios em 30 dias

    Deputados querem restituição de valores descontados de benefícios em 30 dias

    Guilherme Resck
    25.05.2025 10:00 4 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Senador quer audiência com Ronaldo Fenômeno para debater melhorias na CBF

    Senador quer audiência com Ronaldo Fenômeno para debater melhorias na CBF

    Guilherme Resck
    24.05.2025 10:00 5 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Haddad na República do improviso

    Haddad na República do improviso

    Rodolfo Borges
    24.05.2025 09:42 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé 368: A sem noção

    Crusoé 368: A sem noção

    Crusoé
    24.05.2025 07:00 2 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé
    o antagonista
    Facebook Twitter Instagram

    Acervo Edição diária Edição Semanal

    Redação SP

    Av Paulista, 777 4º andar cj 41
    Bela Vista, São Paulo-SP
    CEP: 01311-914

    Redação Brasília

    SAFS Quadra 02, Bloco 1,
    Ed. Alvoran Asa Sul. — Brasília (DF).
    CEP 70070-600

    Acervo Edição diária

    Edição Semanal

    Facebook Twitter Instagram

    Assine nossa newsletter

    Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão

    Crusoé, 2025,
    Todos os direitos reservados
    Com inteligência e tecnologia:
    Object1ve - Marketing Solution
    Princípios Editoriais Assine Política de privacidade Termos de uso