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Como o "estranho" Tim Walz virou vice de Kamala Harris

Tim Walz (foto) foi o escolhido como o vice de Kamala na chapa do Partido Democrata nas eleições de novembro deste ano. Aos 60 anos — apenas seis meses mais velho que Kamala— Walz foi congressista, governador do estado do Minnesota pelos últimos cinco anos e, principalmente, o vencedor de uma disputa contra outros nomes...

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4 minutos de leitura 06.08.2024 10:35 comentários 0
Tim Walz, o governador de Minnesota escolhido como vice de Kamala Harri

Tim Walz (foto) foi o escolhido como o vice de Kamala na chapa do Partido Democrata nas eleições de novembro deste ano. Aos 60 anos — apenas seis meses mais velho que Kamala— Walz foi congressista, governador do estado do Minnesota pelos últimos cinco anos e, principalmente, o vencedor de uma disputa contra outros nomes do partido, aberta há duas semanas quando Joe Biden anunciou que deixaria a disputa em prol de sua vice.

Nas apostas, Walz era um outsider que cresceu abruptamente nas últimas semanas sobre nomes como o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o senador pelo Arizona Mark Kelly.

O segredo foi uma série de aparições em programas de TV, onde chamou os candidatos republicanos, Donald Trump e J.D. Vance, de "weird", ou "estranhos".  A fala viralizou e ajudou a popularizar, rápida e nacionalmente, o nome do governador.

 

"Sério, esses caras são estranhos", disse em uma entrevista à MSNBC. "Eles estão concorrendo por algum clube do bolinha misógino ou algo assim, e não é o que as pessoas estão interessadas." Na base, no entanto, Tim Walz é mais discreto e pragmático — e defende que a campanha se define em "bater em portas" "fazer ligações". De viés mais progressista, Walz era pouco conhecido nacionalmente até pouco tempo atrás, apesar de um retrospecto invejável na condução do seu estado. Durante seus cinco anos à frente do governo de Minnesota, os democratas viraram o Senado estadual, anteriormente com maioria republicana, e agora têm ambas as casas estaduais.

O governador — creditado como um dos responsáveis pela mudança no perfil do eleitorado — se viu com maioria para aplicar políticas populares, tais como licenças médicas e aumentando o direito ao abordo e o uso de maconha legal. Outra ação sua envolveu aumentar a burocracia para a compra de armas no estado. Walz já foi apoiado pela poderosa NRA, a associação pró-armas americana, mas renunciou o apoio após o massacre na escola de Parkland em 2018, quando sua filha pediu para que ele não  aceitasse mais este dinheiro.

O nome também representa uma vitória da ala mais progressista, ou à esquerda, do partido. Ele teve o apoio do senador Bernie Sanders —que, apesar de independente, se alinha sempre aos democratas. Em um comunicado, o grupo político do senador disse que a decisão, tomada por Harris na noite desta segunda-feira, 5, é "uma indicação clara que a campanha está ouvindo as vozes progressistas em todo o país."

Seu nome, no entanto, também apresenta desvantagens. Apesar do seu sucesso no governo estadual, Minnesota não é um estado-chave na eleição e vota com os democratas desde Jimmy Carter, em 1976. A disputa deverá ser em estados como a Pensilvânia, de onde vinha Josh Shapiro, um dos "finalistas" na disputa da vaga. Outro motivo para Josh Shapiro ter sido preterido, apontam analistas políticos americanos, pode ser sua religião judaica. John King, âncora da CNN, afirmou que haveria “riscos” em colocar Shapiro na chapa por causa de sua religião, o que gerou indignação e acusações de antissemitismo. O comentário foi criticado por diversos especialistas e figuras públicas, mas Shapiro foi mesmo preterido da vaga.

A oficialização do nome deve ocorrer apenas durante a convenção democrata em Chicago, a partir do próximo dia 19. A campanha de Kamala tenta manter a tração e a atenção sob si, à medida que dá sinais que pode estar à frente de Donald Trump nas intenções de voto.

Leia mais em Crusoé: Vídeo de Kamala enrolando sobre inflação atinge 10 milhões de views  


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