TCU abre sindicância para investigar auditor responsável por relatório citado por Bolsonaro
O Tribunal de Contas da União vai abrir uma sindicância para apurar eventual inadequação de conduta funcional do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Crusoé revelou que o servidor foi o responsável pela inclusão, no domingo, 6, no sistema da corte de contas, de um documento com informações distorcidas sobre a suposta supernotificação de casos...
O Tribunal de Contas da União vai abrir uma sindicância para apurar eventual inadequação de conduta funcional do auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Crusoé revelou que o servidor foi o responsável pela inclusão, no domingo, 6, no sistema da corte de contas, de um documento com informações distorcidas sobre a suposta supernotificação de casos de Covid-19 no Brasil.
O relatório, segundo esclareceu o TCU em nota, trata-se de uma "análise pessoal" do auditor "compartilhada para discussão e não consta de quaisquer processos oficiais" da corte. "Ressalta-se ainda que as questões veiculadas no referido documento não encontram respaldo em nenhuma fiscalização do TCU", diz o texto.
Intitulado "Da possível supernotificação de óbitos causados por Covid-19 no Brasil", o documento foi mencionado por Jair Bolsonaro a apoiadores na segunda-feira, 7, em frente ao Palácio da Alvorada, em mais uma tentativa do presidente da República de minimizar a gravidade da pandemia.
Na ocasião, Bolsonaro deu ao relatório caráter de documento oficial. “O relatório final, que não é conclusivo, disse que em torno de 50% dos óbitos por Covid-19 no ano passado não foram por Covid-19, segundo o Tribunal de Contas da União”, disse.
“Esse relatório saiu há alguns dias. Logicamente que a imprensa não vai divulgar. Já passei para três jornalistas com quem eu converso e devo divulgar hoje à tarde. Está muito bem fundamentado, todo mundo vai entender, só jornalista não vai entender”, completou.
No mesmo dia, o TCU desmentiu o presidente da República. Hoje, Bolsonaro admitiu o que chamou de "equívoco". Como mostrou Crusoé, o relatório entrou na mira da CPI da Covid, que já admite pedir a quebra dos sigilos do servidor e convocá-lo para prestar depoimento.
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