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Talibã rompe com missão da ONU no Afeganistão

31.08.24 08:00

O regime fundamentalista do Talibã, no Afeganistão, encerrou a cooperação com a missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no país.

“O Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício deixará de prestar apoio e de cooperar com a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão, que será considerada uma parte contrária”, anunciou a pasta em comunicado divulgado na sexta-feira, 30.

A ruptura segue na esteira de comunicado da missão descrevendo “preocupação” pela recém-aprovada lei do Talibã que formaliza a repressão a mulheres e homens.

Os terroristas acusaram a ONU de “divulgar propaganda”.

“Queremos que as organizações internacionais, os países e as pessoas que criticaram a lei respeitem os valores religiosos dos muçulmanos e se abstenham de tais críticas e declarações que insultam os valores sagrados do Islã”, acrescentou o Talibã.

O que diz a nova lei?

O regime fundamentalista islâmico do Talibã, no Afeganistou, promulgou uma lei em 22 de agosto avançando na repressão sobre mulheres.

Essa é a primeira lei que trata da pauta de costumes desde a tomada do Talibã, em 2021. Algumas das medidas promulgadas já eram implementadas na prática.

Com 35 artigos que se estendem por 114 páginas, o texto obriga “a cobrir completamente seus corpos na presença de homens que não pertençam à sua família”.

As mulheres tampouco podem cantar ou recitar poesia “ao saírem de casa por necessidade”.

Também há restrições que atingem os homens, como a obrigatoriedade de manter barba longa.

A nova lei também proíbe relacionamentos sociais com não muçulmanos.

Também se proíbe a criação e uso de imagens de seres vivos em dispositivos eletrônicos, como computadores ou celulares.

As penas vão desde advertências e multas a prisão preventiva de três dias. Reincidentes são julgados em tribunal.

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