Supremo Tribunal FederalAlexandre de Moraes durante sessão no Supremo antes da pandemia: equipe escolhida a dedo

Substituto sugerido por Moro na PF é ligado a Alexandre de Moraes

24.04.20 15:06

Ao anunciar sua saída do governo nesta sexta-feira, 24, o ex-ministro Sergio Moro revelou ter sugerido ao presidente Jair Bolsonaro o nome do delegado Disney Rosseti para substituir Maurício Valeixo no comando da Polícia Federal. A indicação não foi aceita pelo presidente, que exonerou Valeixo nesta sexta de forma unilateral, tornando insustentável a permanência de Moro à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Rosseti é o número 2 da PF e foi indicado a Bolsonaro por Moro na quinta-feira, 23, como uma nomeação técnica para dar continuidade ao trabalho de Valeixo no comando da corporação. Rosseti, porém, é ligado ao ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, responsável pela investigação sobre supostas ameaças a ministros do STF que incomoda a família Bolsonaro. Nesta semana, Moraes abriu um novo inquérito para apurar a organização de atos em favor de um golpe militar no Brasil do qual Bolsonaro participou.

A relação entre Moraes e Rosseti se estreitou no período em que o magistrado foi ministro da Justiça no governo Michel Temer, entre 2016 e 2017, e o delegado federal comandava a superintendência da PF em São Paulo. Na gestão de Rosseti, a Lava Jato paulista praticamente não avançou, apesar das inúmeras delações envolvendo suspeitas de corrupção no governo estadual.

No ano passado, a pedido de Alexandre de Moraes, Rosseti indicou o delegado Alberto Ferreira Neto para comandar as investigações sobre as supostas ameaças a ministros do STF. Ferreira Neto foi o segurança do ex-governador paulista Geraldo Alckmin, do PSDB, na eleição presidencial de 2018.

Conforme antecipou Crusoé nesta sexta, Bolsonaro decidiu indicar para a vaga de Valeixo o atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem. Delegado da PF, Ramagem foi o segurança de Bolsonaro na corrida eleitoral, após o atentado sofrido pelo presidente em Juiz de Fora, em Minas Gerais, Desde então, o diretor da Abin se aproximou da família Bolsonaro, principalmente do vereador Carlos Bolsonaro.

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