STF decide se Bretas fica com ação contra promotor acusado de receber propina
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira, 10, um recurso da Procuradoria-Geral da República que questiona a decisão do ministro Gilmar Mendes de retirar das mãos de Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, a ação penal contra o promotor Flavio Bonazza de Assis, acusado de receber propina de empresários de...
A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal julga nesta terça-feira, 10, um recurso da Procuradoria-Geral da República que questiona a decisão do ministro Gilmar Mendes de retirar das mãos de Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, a ação penal contra o promotor Flavio Bonazza de Assis, acusado de receber propina de empresários de ônibus do Rio de Janeiro, e mandar soltá-lo.
De acordo com as investigações e relatos de delatores, Bonazza recebeu uma mesada de 60 mil reais para agir em favor dos empresários do setor entre junho de 2014 e março de 2016. Em troca do dinheiro, o ex-promotor arquivava inquéritos, retardava investigações e vazava informações para a cúpula de empresários do transporte. Ao todo, a propina repassada teria totalizado 1,3 milhão de reais.
Devido ao esquema, Bonazza e outros quatro investigados foram denunciados pelo Ministério Público do Rio ao Tribunal de Justiça fluminense em novembro de 2019 pela prática dos crimes de organização criminosa e corrupção. À época, o órgão ainda pediu sua prisão preventiva. Entretanto, após a aposentadoria do promotor, a relatora do processo declinou da competência, deixando a decisão nas mãos da Justiça Federal. A defesa chegou a interpor um agravo contra o despacho, mas o Órgão Especial do TJ-RJ acabou por referendá-la.
Com a mudança de jurisdição, o Ministério Público Federal assumiu o processo, corroborando a acusação do MP-RJ e o pedido de medida cautelar, e, em fevereiro, o então novo juiz do caso, Marcelo Bretas, expediu o mandado de prisão no âmbito da Operação Ponto Final, um desdobramento da Lava Jato do Rio.
Em mais uma investida pela soltura de Bonazza e pelo retorno do caso para a Justiça Estadual, os advogados acionaram o Superior Tribunal de Justiça, STJ. O ministro Leopoldo de Arruda Raposo, no entanto, indeferiu o pedido.
Foi então que o caso chegou ao gabinete de Gilmar Mendes. Em maio, o ministro mandou soltar Bonazza sob o entendimento de que não havia elementos concretos para justificar a prisão. "Não há nos autos dados que demonstrem a periculosidade do paciente. Verifico, tão somente, que a segregação cautelar está fundamentada em suposições e ilações", anotou o ministro.
Para retirar o caso de Bretas e mandá-lo de volta para o TJ-RJ, Gilmar sustentou que “não foi imputada ao paciente qualquer conduta ilícita que teria ofendido bens, serviços ou interesse da União, de suas entidades autárquicas ou empresas públicas federais, causa necessária à atração da competência da Justiça Federal”.
O entendimento é refutado pela PGR, que relaciona a conduta de Bonazza ao esquema de corrupção operado durante a gestão de Cabral. "É clara a existência de conexão intersubjetiva e probatória, o que denota a necessidade de reunião dos processos na Justiça Federal – no caso, perante o Juízo da 7ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro".
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Comentários (10)
Ary
2020-11-10 18:33:57Não pode prender. Se o cabra fizer delação todos os parças, insetos nojentos, do Beiçola donos de empresas de ônibus vão rodar. Aí o baile vai parar!
Marilia
2020-11-10 18:28:44Gilmar Mendes! So matando!
Maria
2020-11-10 18:27:58Gilmar sem escrúpulos está no meio? Não vai dar em nada, ou melhor, vai dar sim, vantagem para o próprio Gilmar.
Ana
2020-11-10 17:14:13Tudo acaba sempre no Gilmar! Isso é justiça???
Mauricio
2020-11-10 15:13:24Chegou no laxante! Vai soltar tudo e todos! Nossa justiça é fecal.
Áureo
2020-11-10 12:50:30Justiça de compadrio 😏
Marcelo
2020-11-10 12:43:34Gostaria de saber o conceito do Gilmar Mendes sobre “periculosidade”. Se for amigo ou trabalhar para amigos não há perigo?
Jorge
2020-11-10 12:10:27ESTE É O NOSSO (BRASILEIRO) STF
Jose
2020-11-10 11:46:20O Bretas, pelo simples fato de ser bozista, já deveria estar preso. Simples assim!
Luiz
2020-11-10 10:43:15é um judiciário totalmente sem credibilidade , e uma nação refém sem ter a quem recorrer , e o incentivo ao crime continua, só precisa roubar muito .