Sob suspeita de ação paralela, Abin fecha contratos secretos de R$ 19 mi com empresas estrangeiras
Dezembro encheu as canetas de Alexandre Ramagem (foto) e a Agência Brasileira de Inteligência foi às compras no exterior. Entre os dias 14 e 24, a Abin homologou oito dispensas de licitação -- instrumento que permite a órgãos públicos a contratação de fornecedores sem concorrência pública -- que somam 19 milhões de reais com empresas...
Dezembro encheu as canetas de Alexandre Ramagem (foto) e a Agência Brasileira de Inteligência foi às compras no exterior. Entre os dias 14 e 24, a Abin homologou oito dispensas de licitação -- instrumento que permite a órgãos públicos a contratação de fornecedores sem concorrência pública -- que somam 19 milhões de reais com empresas no exterior, sem sequer revelar os nomes das contratadas.
Os gastos foram empenhados a título de investimentos na aquisição de equipamentos para a agência de oficial de espionagem que, como mostrou Crusoé, foi aparelhada pelo governo de Jair Bolsonaro. Oficialmente, as despesas foram classificadas como destinadas a “equipamento e material sigiloso e reservado”, executadas na rubrica “Ações de Inteligência”. Nem mesmo no banco de dados do sistema de execução orçamentária da União constam os nomes das empresas contratadas pelo órgão, subordinado diretamente à Presidência da República (confira abaixo o registro de um dos processos de compra publicados no Diário Oficial da União).
Das oito dispensas de licitação assinadas pela Abin, o diretor-adjunto de Alexandre Ramagem, Frank Marcio de Oliveira, aparece como a autoridade responsável pelas quatro de maior valor, que, juntas, somam 15,9 milhões de reais. Na outra metade, quem assina é Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, secretário de Planejamento e Gestão da agência, totalizando 3,1 milhões de reais.
A situação não encontra precedentes em anos anteriores. Em 2019, primeiro ano de Bolsonaro no poder, não houve registro de contratos sem licitação e com fornecedores secretos no exterior. Em 2018, o Exército chegou a contratar a empresa Verint Systems, que fornece soluções na área de cibersegurança. Apesar de tornar públicos os empenhos para a companhia norte-americana, que somam 14 milhões de reais pagos pelo escritório militar em Washington, a finalidade exata da despesa foi mantida sob reserva.
Procurada, a Abin não deu mais explicações até a publicação deste texto.
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Comentários (10)
Silvia
2020-12-29 18:06:59Pois é! Ditadura é assim
Caio Brandão
2020-12-29 18:01:21É difícil para um setor de Inteligência escancarar todos os seus movimentos,sob pena de comprometer o seu propósito. Assim, é preciso que o País confie nesse setor, que deve agir com toda discreção e até segredo possíveis. Se isto não for aceito, é melhor acabar com o Serviço de Inteligência.
Sergio
2020-12-29 17:23:36Por esta e por outras estou cancelando minha assinatura. Comentários sem conhecimento, reportagens sem fidelidade que confundem os analfa funcionais que depois falam um monte de besteiras sobre o que não conhecem.Tchau fui.
Nina
2020-12-29 16:53:37É uma afronta à democracia. Os cartões corporativos, cujos gastos estão sob sigilo, é também. A falta de licitação e o sigilo levantam suspeitas de uso particular e/ou inescrupuloso dentro do contexto atual do governo.
Neusa Maria
2020-12-29 16:17:21Sem transparência, podemos suspeitar de algo ilícito.
Mila
2020-12-29 15:24:35OS ROUBOS CONTINUAM---SUPER FATURAMENTO---TEMOS QUE SER GENTE LIMPAR BRASÍLIA , POVO CAMINHONEIROS E ARMAS DOMESTICAS
Iedo
2020-12-29 13:39:11Isso levanta suspeitas porque não há transparência. Claro que não precisa detalhes da compra, basta informar a sua natureza tecnológica. Tenho certeza que o FBI sabe e autorizou tudo. Esse Ramagem é esperto, não assinou nada.
Maria
2020-12-29 11:45:57Tudo muito estranho. É muita paranóia.
CLAUDEMIR
2020-12-29 11:30:02Esta cambada é gente da pior espécie. Estavam todos camuflados e se juntaram de uma vez para nos fu..
Luiz
2020-12-29 11:19:44aqui os mesmos de sempre, com opiniões movidas por paixões José e outros Relaxa gente.