Amanda Lucidon via White House

Só Michelle Obama poderia bater Trump?

03.07.24 17:19

Uma possível candidatura da ex-primeira-dama Michelle Obama (foto) é a única capaz de vencer o republicano Donald Trump, se a eleição fosse hoje. Apesar de manter alheia da política como em quase toda a sua vida, o nome de Michelle ainda suscita boas memórias dos democratas — memórias que ficam ainda mais vivas no atual momento de desarranjo da campanha de Joe Biden.

Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira, 3, pelo instituto Ipsos junto com a agência Reuters, mostra Michelle com 50%, ante 39% de Trump. Tudo na pesquisa é extraordinário: ela tem uma vantagem que nenhum democrata — nem Biden — atualmente tem contra Trump; ela tem uma vantagem de dos dígitos, algo inédito há muitos anos; e, mesmo fora da política, ela engaja mais a população que qualquer outro nome com mandato.

As pesquisas com o nome dela devem se tornar mais comuns nas próximas semanas. Antes, elas eram raras: em fevereiro, seu nome foi testado pela primeira vez em uma pesquisa da AtlasIntel: ela tinha, até então 41,6% das intenções de voto, ante 39% de Donald Trump, o virtual candidato republicano ao cargo.

Michelle teria uma série de atributos que são bem vistos pelos democratas: além da associação com o seu marido, a sua jovialidade com pautas ligadas à sociedade deixaram uma boa memória no eleitorado americano. Ela não é necessariamente jovem (completou 60 anos em janeiro), mas é um poço de juventude contra Biden e Trump, os dois presidentes mais velhos da história americana.

A questão é que ela não quer, nem nunca quis, entrar na política. Advogada de formação, Michelle era uma figura de apoio ao seu marido desde que este assumiu o cargo de senador pelo estado de Illinois. Quando o marido alcançou a Casa Branca, em 2009, ela passou a aparecer publicamente como uma das mais ativas primeiras-damas da história, defendendo ações antiobesidade infantil. Tudo muito longe dos corredores do Congresso ou do Salão Oval onde o marido despachava.

Nos seus raros comentários públicos, ela evita tratar de política – começo do ano, ela disse estar “apavorada” com o possível resultado das eleições americanas de novembro. Ela já chamou a política de “difícil” e se reconheceu inábil na arte. “[a política] Tem que estar na sua alma, porque é muito, muito importante”, ela disse. “E não está na minha.”

A pesquisa, no entanto, é a única miragem positiva em uma semana trágica para a campanha democrática nos EUA. A campanha de Joe Biden corre risco de colapsar — e todos os planos B, à hipotética exceção de Michele, não conseguiriam bater Trump.

Leia mais em Crusoé: Pesquisa coloca Trump à frente de todos os nomes democratas

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