Síria 'trocará' as Colinas de Golã por reconhecimento diplomático de Israel?
Por legitimidade externa, governo sírio pode renunciar à disputa de região ocupada desde 1967

O novo governo da Síria considera abandonar a exigência de que Israel devolva partes das Colinas de Golã, como parte de um possível acordo de paz.
Segundo o jornal israelense The Times of Israel, o presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, também busca o reconhecimento do seu governo, além da retirada israelense das áreas do sul da Síria.
Essas regiões foram ocupadas desde a queda do regime de Bashar Assad, em dezembro do ano passado.
O enviado americano para a Síria, Tom Barrack, disse que al-Sharaa "não odeia Israel" e "quer paz na fronteira".
"O presidente (Ahmed) al-Sharaa indicou que não odeia Israel… e que quer paz naquela fronteira. Acredito que isso também acontecerá com o Líbano. É necessário um acordo com Israel”, disse Barrack em entrevista à agência de notícias turca Anadolu.
Colinas de Golã
Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, a Síria travou guerras contra os israelenses.
Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou as Colinas de Golã, que era um território sírio, e considerado estratégico pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) por sua localização elevada.
Os dois países, portanto, não assinaram acordos de paz desde então.
Queda de Assad
Em dezembro do ano passado, o grupo terrorista Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), comandado pelo al-Jolani – hoje presidente da Síria com o nome de Ahmed al-Sharaa, derrubou o regime de Bashar Assad.
A ditadura síria era financiada por inimigos de Israel, entre eles o Irã.
O governo de Sharaa, porém, aproximou-se de países europeus e reconstruiu relações diplomáticas com os Estados Unidos.
Em maio, o presidente americano Donald Trump retirou as sanções econômicas aplicadas ao então regime sírio. As primeiras punições foram aplicadas pelos EUA no fim de 1979, quando a Síria foi incluída na lista de “Estados patrocinadores do terrorismo”.
“Eu estarei ordenando o cessar das sanções contra a Síria para dar a eles uma chance de grandeza”, afirmou o republicano, sendo aplaudido de pé pelo ditador saudita Mohammed bin Salman e pelo bilionário Elon Musk.
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