Siga o dinheiro: como o MP descobriu que Queiroz pagou boletos de Flávio em cash
O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou que ao menos 116 boletos bancários do senador Flávio Bolsonaro (foto), referentes às mensalidades da escola de suas duas filhas e do plano de saúde da família, foram pagos em dinheiro vivo. Os pagamentos, no valor total foi de 261,6 mil reais, foram feitos entre os anos...
O Ministério Público do Rio de Janeiro identificou que ao menos 116 boletos bancários do senador Flávio Bolsonaro (foto), referentes às mensalidades da escola de suas duas filhas e do plano de saúde da família, foram pagos em dinheiro vivo.
Os pagamentos, no valor total foi de 261,6 mil reais, foram feitos entre os anos de 2013 e 2018, período em que teria ocorrido o suposto esquema de desvio de parte do salário dos assessores de Flávio no antigo gabinete dele na Assembleia Legislativa do Rio, prática conhecida como "rachid".
Segundo o MP, o esquema ilícito era operado por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio preso na quinta-feira, 18, na casa do advogado Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Provas colhidas pelos promotores indicam que os pagamentos dos boletos do senador eram feitos por Queiroz.
Em um minucioso trabalho investigativo, os promotores obtiveram imagens de vídeo que mostram Queiroz pagando dois boletos na agência bancária dentro da Alerj, às 10:21 do dia 1º de outubro de 2018, em pleno período eleitoral.
A pedido do MP, o banco apontou que os boletos eram referentes à escola onde estudavam as filhas de Flávio Bolsonaro. Um com valor de 3,3 mil reais e outro de 3,5 mil reais. A partir de uma análise do extratos bancários do senador e da mulher dele, os promotores constataram que o casal não efetuou nenhum saque compatível com os valores dos boletos próximo da data de pagamento.
"Portanto, conclui-se que o dinheiro utilizado pelo operador financeiro para pagar as mensalidades da escola das filhas do líder da organização criminosa (Flávio Bolsonaro) não proveio das fontes lícitas de renda do casal, mas sim dos recursos em espécie desviados da Alerj e entregues pelos 'assessores fantasmas' a Fabrício José Carlos de Queiroz", afirma o MP fluminense.
Os promotores, então, confrontaram uma relação de pagamentos remetida pela escola com os débitos registrados nos extratos bancários de Flávio e da mulher. Notaram uma diferença de 153,2 mil reais, quantia correspondente a 53 boletos bancários pagos com dinheiro em espécie de origem alheia aos rendimentos lícitos do casal.
O mesmo trabalho foi feito em relação aos pagamentos do plano de saúde da família de Flávio Bolsonaro, também quitados com dinheiro vivo. Neste caso, foi identificada uma diferença de 108,4 mil reais, correspondente a 63 boletos bancários pagos com recursos em espécie.
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