Série de reuniões selou propina da Qualicorp para auditores fiscais, diz delator
As delações dos advogados Luiz Carlos Claro (foto) e Gabriel Claro revelaram o repasse de propina da Qualicorp para auditores fiscais com o objetivo de evitar uma fiscalização da Receita Federal. No anexo 13 do acordo de colaboração, os advogados afirmam que após algumas reuniões na sede da empresa “ficou acertado que o valor a...
As delações dos advogados Luiz Carlos Claro (foto) e Gabriel Claro revelaram o repasse de propina da Qualicorp para auditores fiscais com o objetivo de evitar uma fiscalização da Receita Federal. No anexo 13 do acordo de colaboração, os advogados afirmam que após algumas reuniões na sede da empresa “ficou acertado que o valor a ser pago seria de um pouco mais de 2 milhões de reais”.
A Qualicorp foi alvo de busca e apreensão na última quinta-feira, 22. Como mostrou Crusoé, os investigadores da operação da Polícia Federal batizada de Triuno também miram o repasse de 26 milhões de reais da gigante do setor de planos de saúde para uma empresa do ex-presidente da União Nacional dos Estudantes, a UNE, Augusto Chagas.
No caso dos auditores, os repasses, segundo o delator, teriam sido acordados em reuniões na sede da Qualicorp com Alessandro Acayaba, que foi diretor jurídico da empresa. Os pagamentos, diz a PF, foram feitos por meio de contratos fictícios firmados com empresas ligadas à família dos advogados Luiz Carlos e Gabriel Claro. Posteriormente, o dinheiro era destinado a firmas operadas por doleiros.
Era responsabilidade dos doleiros transformar os valores dos contratos em dinheiro vivo para pagamento dos agentes públicos. “Os valores foram pagos em espécie, em quatro ou cinco vezes, retirados no período noturno e pessoalmente pelos auditores”, disse o advogado Luiz Carlos Claro em sua delação.
Os repasses ao ex-presidente da UNE e a compra de auditores, diz a PF, são fatos ocorridos durante a antiga gestão da Qualicorp, entre 2013 e 2014, sob a batuta de José Seripieri Filho (foto), o Júnior. Para os investigadores, os valores dos repasses para as empresas de fachada e a ausência de prestação dos serviços contratados indicam que o pagamento de propina só poderia “ter acontecido com a ciência e aquiescência” de Júnior.
Por esses motivos, a PF chegou a pedir uma busca e apreensão na casa do empresário, mas a Justiça negou. Em seu despacho, a juíza Michelle Camini Mickelberg afirmou que inexistem “indícios de prova mínimos de sua participação no delito investigado”. A Qualicorp, em comunicado ao mercado, informou que "adotará as medidas necessárias para apuração completa dos fatos, bem como colaborará com as autoridades públicas competentes".
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Comentários (6)
Edmilson
2020-10-26 19:02:42como a Receita Federal não cruza pagamentos de valores altos que diminuem os impostos de quem paga, pois são despesas, e como uma empresa de fachada que dá as notas fiscais sem tributos não é descoberta, tem conta bancária, como uma instituição financeira aceita um depósito de uma empresa fria. As empresas normais para abrir uma conta até certidões negativas tem que apresentar.
Lia S
2020-10-25 17:08:42Esse Júnior, José Serpieri Filho é o mesmo que está lançando o tal Plano "Q"de Saúde em conjunto com o Eisnsten????? Esse Q seria de Qualicorp???
Claudio
2020-10-25 16:51:44Assim é facil ficar rico mé Patraooo
Pedrês
2020-10-25 07:48:52Uma só foto para 2 pessoas distintas? Tá no texto.
LSB
2020-10-24 20:54:08A foto é de quem? Na primeira sentença há a indicação de que seria o advogado Luiz Carlos Claro. Já no penúltimo parágrafo a foto é atribuída a José Seripieri Filho.
Moisés
2020-10-24 15:19:17Essa Qualicorp não ea mesma do filho do Luladrão?