Senado impõe sigilo a gasto milionário de servidores com cartão corporativo
Crusoé pediu ao Senado, pela Lei de Acesso à Informação, dados sobre as despesas com cartão corporativo realizadas por servidores, bem como as notas fiscais das compras. A casa informou, no entanto, que “não há detalhes dos valores executados e nem mesmo faturas para consulta pelos cidadãos”. De 2019 para cá, funcionários do Senado gastaram...
Crusoé pediu ao Senado, pela Lei de Acesso à Informação, dados sobre as despesas com cartão corporativo realizadas por servidores, bem como as notas fiscais das compras. A casa informou, no entanto, que “não há detalhes dos valores executados e nem mesmo faturas para consulta pelos cidadãos”.
De 2019 para cá, funcionários do Senado gastaram 3,6 milhões de reais com os cartões, que, pela lei, devem ser usados apenas para aquisições urgentes e excepcionais. Entre janeiro e agosto deste ano, as despesas somaram 1,4 milhão de reais. A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, por exemplo, apresentou notas que totalizaram 240 mil reais – maior valor entre os servidores. Já o secretário-geral da casa, Luiz Fernando Bandeira, também conselheiro do Conselho Nacional do Ministério Público, registrou gastos de 73,8 mil reais. As informações estão disponíveis no site do Senado. A casa não permite, porém, verificar quais compras foram realizadas.
Auditoria realizada em 2018 demonstrou uma série de irregularidades no uso desses cartões. O levantamento identificou compras impróprias, como arranjos florais, suplementos alimentares e até berços infantis, além do pagamento de despesas pessoais com alimentação.
Ainda segundo a auditoria, os valores gastos entre 2013 e julho de 2018 tiveram um aumento de 2.576%, saltando de 52 mil reais para 1,34 milhão de reais. "No período compreendido na análise, não houve alteração significativa nos marcos legais e regulamentares que justifique a evolução das despesas. Esse aumento também não guarda proporcionalidade com a evolução do orçamento do Senado”, apontou o relatório de auditoria.
“Importante salientar que a licitação é a regra, o procedimento de dispensa licitatória a exceção, ao passo que a compra via suprimento de fundos é a exceção da exceção, ou seja, quanto a este último procedimento as limitações devem ser ainda mais rigorosas do que aquelas aplicáveis às contratações diretas”, afirma um trecho do levantamento realizado por auditores.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Regina
2020-09-16 10:40:19Passaporte para a esbornia !
Suzane
2020-09-15 16:37:21Cartão corporativo é um portão gigantesco e legalmente autorizado pra sangria descarada dos cofres públicos (leia-se: do nosso dinheiro, que deveria ser revertido pra sociedade, e é usado pras fins pessoais...). Quero ver qual vai ser o presidente que vai acabar com essa farra às nossas custas!
Nelson
2020-09-14 23:24:40Parabéns pela reportagem, aí fica o porque de pensarmos em varrer todos estes políticos e pedir nova safra
Sergio Lima
2020-09-14 20:59:42Só tem ladrão no Congresso, roubam sem o menor pudor, são indescentes...
Sônia
2020-09-14 18:36:11É roubo! escárnio,Assalto ao povo brasileiro! o povo tem que lutar para acabar com está pouca vergonha política!
Alberto
2020-09-14 17:43:44Alberto (Belém-Pará). Enquanto muitos brasileiros não conseguem emprego, nós, contribuintes, bancamos as castas do setor público nacional onde sujeitos como o famigerado Luiz Fernando Bandeira de Melo Filho, não obstante acumular 2 empregos no Estado (Secretaria Geral da Mesa do Senado e Conselheiro do CNMP), ainda goza do privilégio de gastar recursos públicos sem a obrigação de informar com o que foi gasto. Até quando vamos tolerar, resignadamente, safadezas desse tipo com nosso dinheiro ?
Magda
2020-09-14 17:15:59Mas com certeza apoiarão o Guedes no congelamento do SM dos aposentados. Quando leio essas matérias só uma palavra me vem à cabeça: KALASCHNIKOW
PEDRO
2020-09-14 15:02:49Ladrões, ladrões do dinheiro público....
RENATO
2020-09-14 13:53:15E nós, o povo otário, pagamos a conta. Onde esta CGU? Ou o Senado não esta ao alcance de nenhum órgão fiscalizador?
Maria Liège
2020-09-14 12:15:21Enquanto isso, o governo quer congelar as aposentadorias para fazer campanha política no norte e no nordeste. Ora, bolas! O servidor público, ativo e aposentado, já está com os salários congelados até 31 de dezembro de 2021.