'Se quebrou confiança, vai ser demitido', avisa Bolsonaro sobre diretor do Inpe
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, pode ser demitido, se ficar constatada má-fé pelo Inpe na divulgação de dados que não seriam condizentes com "a verdade" sobre o desmatamento na Amazônia. "Se quebrou confiança, vai ser demitido sumariamente", avisou o presidente. Bolsonaro participou de uma...
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, pode ser demitido, se ficar constatada má-fé pelo Inpe na divulgação de dados que não seriam condizentes com "a verdade" sobre o desmatamento na Amazônia. "Se quebrou confiança, vai ser demitido sumariamente", avisou o presidente.
Bolsonaro participou de uma entrevista coletiva com três ministros (foto) para contestar na tarde desta quinta-feira, 1º, em Brasília, os dados sobre desmatamento apontados por imagens de satélite usadas no monitoramento ambiental pelo instituto.
Os ministros que participaram foram o chanceler Ernesto Araújo, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional. O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, ao qual o Inpe é vinculado, não estava presente.
"Não quero afirmar, mas uma notícia como essa, que não condiz com a verdade, tem um estrago muito grande na imagem do Brasil", queixou-se Bolsonaro, em relação aos dados indicando aumento do desmatamento na Amazônia. "Parece que tem gente interessada nisso, que não é a imprensa, porque o dado saiu lá de dentro, dos órgãos nossos", acusou, referindo-se ao Inpe.
Bolsonaro admitiu que há crescimento da devastação ambiental. "Na minha opinião, parece que está aumentando, mas não desta forma como foi divulgado", ressalvou. "A fama do Brasil e a minha são péssimas lá fora tendo em vista os rótulos que foram colocados em mim, e esses rótulos tem que ser, aos poucos, combatidos na forma da verdade", acrescentou.
O sistema que capta imagens de monitoramento ambiental, o Deter, apontou até 26 de julho crescimento de 212% nas áreas desmatadas da Amazônia em relação ao mesmo mês do ano passado. A devastação de florestas no período foi de 1.864 quilômetros quadrados. O desmatamento já havia crescido 88% em junho, na comparação com o mesmo mês de 2018, de acordo com o Deter.
Salles fez uma apresentação para contestar os resultados. O ministro afirmou que parte do desmatamento divulgado em junho deste ano ocorreu em meses anteriores e no ano passado. "Salto de 88% não é verdade", reclamou.
O ministro anunciou que o governo abrirá uma licitação, junto ao Ibama, para contratar um novo sistema de monitoramento ambiental que ofereça imagens de alta resolução para detalhar áreas desmatadas.
Há duas semanas, Bolsonaro vem questionando o resultado das medições do Inpe e suas opiniões têm sido rebatidas pelo diretor do instituto, Ricardo Galvão.
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Comentários (10)
MAURICIO FREITAS
2019-08-02 15:52:48Quem é Ricardo Galvão? Quem são seus "bolsistas"? Quem é o responsável pelas análises e divulgação?
Andre
2019-08-02 14:15:13presidente tá certo!!! Floresta é pra criar macaco!! Tem é que desmatar e transformar tudo em pasto, assim os eleitores do Bozo não vão passar fome!!
Geraldo
2019-08-02 10:21:40Está rolando um vídeo no WhatsApp, de um médico de Santarém, que explica bem a realidade do desmatamento. As chuvas caem torrencialmente entre Dezembro e Junho, o que impede as queimadas. E pude confirma-lo durante visita técnica que fiz à Alcoa semana passada, em Juruti, a leste de Santarém. Dois taxistas confirmaram o período de chuvas. E um afirmou que este ano tem tido poucas queimadas. Ao contrário de 2017/18, quando houve dias em que a fumaça reduziu a visibilidade a uns 10 metros apenas!
Emilio Cedo
2019-08-02 08:26:05Agora estou entendendo: Bolsonaro critica dados do desmatamento. Ministro do Desambiente critica dados de desmatamento e ataca ambientalismo de ONGs. Mourão posa com cheque de 27mi de magnata da destruição (Paper Excellence, que tal?) de árvores. Dudu Surfistinha posa com cheque de 31 mi do mesmo Magnata. Para onde foi o saldo de 4 mi?
ANA
2019-08-02 08:03:22Geógrafo da Secretaria de Meio Ambiente do estado do Pará afirma que Bolsonaro está correto. Que os dados do INPE são incorretos. Também tem o fato da divulgação ser dada no percentual total de desmatamento e não separando os percentuais de desmatamento legal e ilegal. Afinal não é de 100% a preservação da Amazônia.
Alexandre
2019-08-02 00:08:28Tanta ignorância! O que o Inpe divulga é a taxa de desmatamento (km2/ano, por exemplo) não a área desmatada. Exemplo: em maio eu pesava 70kg, em junho pesei 72kg (uma taxa de variação de peso de 2kg/mes) e agora em julho pesei 76kg, um aumento de 4kg no mes. Minha taxa de aumento de peso que foi de 2kg/mes agora aumentou para 4kg/mes - dobrou! Mas o meu peso não dobrou. Não estou pesando 144kg. É uma demonstração enorme de ignorância o governo contestar os dados do Inpe. De arrogância também.
GIGI
2019-08-01 23:19:26Cargo de confiança é de confiança e ponto final , ou pensa o que !??? Ninguém mandou desmatar nada e aparece que em seis meses desmatou tanto? Háalgo errado nisso. sim.
DIEGO
2019-08-01 23:02:09Fffoda-se o Desmatamento, desde a 2 série eu ouço que há uma São Paulo sendo desmatada por dia. São 22 Campos de futebol por mês. Porra, meu. Desde 1992 desmatando este tanto e não acabou ainda, os dados estão errados há anos. Há um vício de origem
Dora
2019-08-01 22:39:43Há anos a Amazônia é desmatada. no governo Lula a imprensa noticiou que um professor de geografia era responsável por desmate de imensas áreas!!! Gostaria de saber se nos anos dos governos militarista o desmate era tão grande??? pelo que eu percebi agora são desmate de 2017 e 2018?????
Max
2019-08-01 22:35:54Se o capitão tivesse tão preocupado com "...a fama do Brasil e a dele lá fora..." nessa questão do desmatamento na Amazonia, o mais indicado é exigir que seus assessores o colocasse a par da situação baseado em dados confiáveis e na opinião de especialistas, e não sair duvidando de dados que não conhece e ameaçar de demissão sumária auxiliares como inimigos do reizinho. Jogar para a torcida como um deputado do baixo clero não é mais o papel de quem foi eleito para chefiar o executivo.