Rússia usa mísseis hipersônicos em manobra militar
Moscou testa míssil Zircon em exercícios militares e projeta força no Ártico, região-chave para rotas marítimas e rivalidade com a OTAN

Na manhã de domingo, 14 de setembro, a Rússia realizou um lançamento de míssil hipersônico Zircon (Tsirkon) a partir da fragata Admiral Golovko no Mar de Barents, integrada às manobras militares conjuntas com Belarus, batizadas de Zapad 2025.
Segundo o Ministério da Defesa russo, o alvo foi destruído por um impacto direto, com dados de monitoramento em tempo real confirmando sucesso no disparo.
Segundo a Rússia, o Zircon é capaz de atingir Mach 9, isto é, nove vezes a velocidade do som (cerca de 11 mil km/h) e tem alcance estimado entre 400 a 1.000 km, portando ogivas de cerca de 300 a 400 kg.
Além disso, os exercícios Zapad-2025 incluem outros elementos de alerta militar. Bombardeiros Su-34 praticaram ataques simulados, aviões antissubmarino operam sob a bandeira da Frota do Norte.
Outro míssil hipersônico, o Kinzhal, lançado por caças MiG-31K (imagem) também foi empregado, reforçando a diversidade de plataformas russas com capacidade de dissuasão. Ele seria capaz de atingir Mach 10, cerca de 12.300 km/h.
Do ponto de vista técnico, o Zircon se destaca pela combinação de velocidade, manobrabilidade e dificuldade de detecção, características típicas de mísseis hipersônicos que reduzem bastante o tempo de reação dos sistemas de defesa antiaérea tanto de navios quanto de alvos em terra.
A ação parece bem calculada para consolidar controle russo no Ártico, projetar poder militar além de suas fronteiras imediatas e testar reações ocidentais sem escalada aberta, uma demonstração de capacidade e de interferência estratégica e visibilidade geopolítica, sem arriscar um confronto militar direto.
O disparo coincide com tensões recentes, como as incursões de drones russos no espaço aéreo da Polônia e da Romênia, que elevaram o grau de alerta da OTAN, que observa de perto os exercícios Zapad.
Ao fechar rotas de tráfego aéreo e marítimo antes do lançamento, Moscou reforçou não apenas a demonstração de técnica, mas também o controle territorial e a disponibilidade de impor limites físicos à presença ou à interferência externa, ganhando visibilidade geopolítica sem recorrer ao confronto militar direto.
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