Rússia retira navios de guerra de Cuba após fim de exercício militar
A Rússia começou a retirada de seus navios de guerra da costa de Havan, Cuba, na segunda-feira, 17 de junho, informou a mídia estatal russa. As sete embarcações, que chegaram à ilha na semana passada, realizaram exercícios militares. O comboio envolvia um submarino de propulsão nuclear. Ainda no início de junho, quando o regime cubano...
A Rússia começou a retirada de seus navios de guerra da costa de Havan, Cuba, na segunda-feira, 17 de junho, informou a mídia estatal russa.
As sete embarcações, que chegaram à ilha na semana passada, realizaram exercícios militares. O comboio envolvia um submarino de propulsão nuclear.
Ainda no início de junho, quando o regime cubano anunciou o exercício militar, a Marinha dos Estados Unidos afirmou que iria monitorar a movimentação.
Por que a Rússia mandou navios de guerra para Cuba?
Eis algumas possíveis razões que explicam a decisão do autocrata russo, Vladimir Putin (foto):
Intimidar os EUA e tentar reduzir o apoio à Ucrânia
Sob Putin, a Rússia tem buscado exercer maior influência na América Latina, seja na Venezuela, em Cuba ou no Brasil. Desde 2019, tornaram-se frequentes os pousos de aviões russos no aeroporto de Maiquetía, perto de Caracas. Essa presença militar russa é uma maneira de intimidar os americanos. A mensagem dos russos é que, como os americanos apoiam a Ucrânia, que estaria na área de influência do Kremlin, a Rússia também teria o direito de se meter no quintal dos Estados Unidos. A distância entre Havana e Miami é de apenas 430 quilômetros.
Um vídeo do Ministério da Defesa da Rússia mostra o que seriam o disparo de mísseis em exercícios militares russos na região pic.twitter.com/GgWCnlLxEN
— Revista Crusoé (@RevistaCrusoe) June 12, 2024
Manter a dependência cubana
"O regime castrista tem uma enorme dependência do petróleo e das armas da Rússia. Para a ditadura, que não tem mais apoio popular algum, essas armas são indispensáveis para reprimir qualquer manifestação ou insubordinação", diz o historiador Boris González Arenas, que vive em Havana.
Evitar uma aproximação entre Cuba e Estados Unidos
Outro objetivo dos russos pode ser o de evitar uma flexibilização das políticas americanas para com a ilha comunista. Há duas semanas, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou que permitiria que empresários privados cubanos realizassem transações em bancos americanos e permitiria o acesso à internet. Segundo o Tesouro, o objetivo era "promover a liberdade na Internet em Cuba, apoiar os empresários independentes do setor privado cubano e expandir o acesso a determinados serviços financeiros para o povo cubano". "Não deixa de ser curioso e chamativo que, dias depois que os Estados Unidos anunciarem um apoio aos empresários privados, os portos cubanos se abram para navios de guerra russos", diz o historiador cubano Boris González Arenas.
Desviar a atenção da Ucrânia
Desde que invadiu o país vizinho, Putin tem procurado outros temas para distrair a atenção dos cidadãos russos. O ditador não conseguiu conquistar a Ucrânia em poucos dias, como pretendia, e quer evitar protestos e questionamentos à operação militar.
Patriotismo russo
Os navios chegaram à Havana na quarta, 12 de junho, o Dia da Rússia. A data, feriado nacional, marca o dia de 1990, quando uma declaração de soberania da Federação Russa foi assinada após a queda da União Soviética. Essa, portanto, pode ser uma maneira de Putin usar o sentimento nacionalista para ganhar apoio popular.
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Comentários (1)
F-35 - Hellfire
2024-06-18 22:07:01Putin , seus seguidores e simpatizantes compartilham a pequenez de visão para seus povos e são obrigados a suportar ditadores autocratas e sanguinários. Que incutem a ideologia comunista à força, reprimindo e sufocando com prisão, e assassinatos qualquer oposição legítima. Envenenar adversários é comum para Putin.