Rússia prende opositor que criticou invasão à Ucrânia
Lev Shlosberg foi acusado de "desacreditar" os militares russos após "pedido de cessar-fogo"

A ditadura de Vladimir Putin prendeu o opositor Lev Shlosberg, membro do partido liberal Yabloko, sob a acusação de "desacreditar" os militares por pedirem um cessar-fogo nesta terça-feira, 10.
Ele é um dos últimos políticos críticos do regime russo que ainda reside no país.
Em janeiro, Shlosberg descreveu a guerra como um "xadrez sangrento".
“Primeiro, precisamos parar de matar pessoas. Se alcançarmos a paz, recuperaremos a liberdade", afirmou em vídeo.
Uma audiência está marcada para esta quarta-feira, 11, quando será decidida alguma medida preventiva contra ele.
Lev Shlosberg
O ex-parlamentar de 61 anos é uma figura de destaque no Yabloko, um dos poucos partidos de oposição ainda legalmente ativos na Rússia.
Ele foi detido após autoridades revistarem sua casa e a de seu pai, um idosos de 96 anos, além do escritório do partido em Pskov, uma cidade próxima à fronteira coma Estônia.
Shlosberg negou ter autorizado a publicação do polêmico vídeo que motivou sua prisão
Durante a ocupação da Crimeia, em 2014, o opositor criticou abertamente a ação russa no território, até então pertencente à Ucrânia.
Shlosberg se tornou incômodo ao Kremlin.
Como consquência, ele perdeu o seu assento na assembleia regional de Pskov após publicar um artigo em jornal alegando que paraquedistas russo morreram em uma operação militar clandestina no leste.
Silenciamento
A prisão de Shlosberg é mais um capítulo da campanha sistemática de repressão de Putin contra vozes dissidentes.
Nos últimos anos, jornalistas e opositores têm sido perseguidos por criticar abertamente a invasão à Ucrânia.
O episódio mais emblemático envolveu o opositor Alexey Navalny, que morreu em 16 de fevereiro do ano passado.
Imediatamente após o anúncio da sua morte, começaram as especulações sobre um suposto envolvimento das autoridades russas, entre as quais o ditador Vladimir Putin.
Um relatório publicado em 29 de setembro pelo portal The Insider citou vários médicos que descreveram os sintomas descritos nos arquivos como típicos de envenenamento.
Em 2021, Navalny foi preso ao retornar ao país.
A Rússia afirma que o opositor morreu de arritmia cardíaca numa colônia penal no norte da Sibéria.
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