Rompidos com Bolsonaro: de ministros a inimigos
Desde a campanha de 2018, Jair Bolsonaro enuncia à exaustão uma passagem bíblica do Novo Testamento. "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará", repete o presidente, sempre que confrontado com denúncias, informações incômodas à família ou até mesmo questionamentos a políticas equivocadas do governo. Mas, de tão característico ao discurso do presidente, o...
Desde a campanha de 2018, Jair Bolsonaro enuncia à exaustão uma passagem bíblica do Novo Testamento. "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará", repete o presidente, sempre que confrontado com denúncias, informações incômodas à família ou até mesmo questionamentos a políticas equivocadas do governo. Mas, de tão característico ao discurso do presidente, o versículo agora passou a ser usado por ex-integrantes do alto escalão para criticá-lo.
Abraham Weintraub foi um deles. De perfil radical e discurso ideológico, o ex-ministro da Educação saiu do governo em junho de 2019, quando Bolsonaro buscava uma trégua com o Supremo Tribunal Federal. O presidente não o deixou na chuva e lhe garantiu uma cadeira no Banco Mundial. Com tom de “perseguido político”, Weintraub arrumou as malas e partiu rumo a Washington, nos Estados Unidos, mas levou na bagagem um sonho que ainda nutre: o de concorrer ao governo de São Paulo.
Desde que pousou na cidade americana, Weintraub acreditava que, com o apoio de Bolsonaro, poderia ser eleito. O presidente, no entanto, prefere apostar em outros nomes. Hoje, o seu candidato do coração ao governo de São Paulo é o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Weintraub não se conforma e, nas últimas semanas, transformou suas redes sociais num poço de mágoas. “Nunca fui o protegido ou o queridinho. Na escola e no trabalho, sempre fui o ‘feio’ que no final vence. Nunca tive medo de enfrentar times maiores. Entrei nessa trilha pública em abril de 2017, quando poucos acreditavam na vitória. Tenham fé. Eu voltarei ao Brasil/SP”, disparou.
O ex-ministro da Educação não é o único a demonstrar ressentimento. No mês passado, o ex-chanceler Ernesto Araújo, sacrificado em meio ao acirramento dos ânimos entre Planalto e Congresso, mirou no presidente. Em um evento conservador, disse que Bolsonaro ''virou a base do Centrão'' e que ele ''nunca quis enfrentar o sistema''.
Na lista dos rompidos com Bolsonaro há também nomes de perfis mais técnicos que bateram de frente com o presidente, antes mesmo de desembarcarem do primeiro escalão. Luiz Henrique Mandetta foi demitido após um mês de discordâncias com o Planalto sobre a condução da pandemia. O ex-deputado e Bolsonaro não falavam a mesma língua sobre uso de máscaras, isolamento social e prescrição de remédios sem comprovação científica contra a Covid, por exemplo.
Poucos depois, foi a vez de Sergio Moro romper com Bolsonaro. Ao deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz desencadeou uma das principais crises da atual gestão, ao fazer denúncias sobre a suposta interferência do presidente na Polícia Federal, a fim de obter informações privilegiadas e proteger familiares. O caso é investigado no âmbito de um inquérito do Supremo Tribunal Federal.
De todos os ex-aliados do Planalto, Moro é o que mais incomoda o clã Bolsonaro -- muito provavelmente pelas chances de tirar o presidente do segundo turno na disputa de 2022.
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Comentários (10)
Lasier
2021-12-06 11:48:23Weintraub em São Paulo vai vender a USP pro Mackenzie?
Max
2021-12-06 08:59:06Wientraub governador de SP? Será que alguém pensou nessa possibilidade além dele próprio?
Carlos Sérgio de Carvalho Fraga
2021-12-06 07:48:48moro será o próximo presidente
Antonio
2021-12-05 20:50:09SÉRGIO MORO 2022 .
Odete6
2021-12-05 19:08:30Olha só o """raciocínio""" (???!!!) da ameba empalhada: “""Quer melhor vacina, comprovada cientificamente, do que a própria contaminação"""? Pois é, ameba empalhada.....TEM MAIS DE 600.000 BRASILEIROS """CONTAMINADOS""" NO CEMITÉRIO, anta ignóbil!!!!!!
JuCa
2021-12-05 11:55:00A explicação para a foto será a de que a malograda tentativa de um abraço aconteceu durante a pandemia, durante a qual o presidente cumpria rigorosamente as medicas de isolamento social...
JuCa
2021-12-05 11:37:47"...Nunca fui protegido"? Hã?! E o cargo com polpudo salário no Banco Mundial foi o quê? "...sempre fui o feio que no final vence"? Hã?! "...eu voltarei ao Brasil/SP" Hã?! Que pena...fica por aí mesmo! Os eleitores de São Paulo não caem em esparrela.
Maria
2021-12-05 10:31:21MORO PRESIDENTE 2022! 🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Elcio Morais de Oliveira
2021-12-05 00:39:39A relação dos traídos por Bolsocaro tem mais gente: Nelson Teich; Santos Cruz em se tratando de pessoas de bem, além do notório BOB Jeferson e sua filha, aqui se tratando de pessoas desprezíveis mas que gozaram do amplo apoio do bozo.
Sillvia2
2021-12-04 20:32:32Entendi que Bolsonaro era o equívoco eleitoral do século 21 quando tirou o COAF de Moro, para poupar o filho 01 e seu apêndice Queiroz. Percebe-se hoje que Moro passou tentando por bom tempo atingir o combinado anti-corrupção… AGORA É MORO PRESIDENTE DO BRASIL 🇧🇷