Representante da Davati relata 'insistência' de Roberto Dias
Representante comercial da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho (foto) entregou à CPI da Covid uma série de mensagens atribuídas a Roberto Ferreira Dias. Os textos demonstram a insistência do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde nas tratativas para a compra de doses de vacinas da AstraZeneca, embora a farmacêutica britânica não tenha uma...
Representante comercial da Davati Medical Supply, Cristiano Alberto Carvalho (foto) entregou à CPI da Covid uma série de mensagens atribuídas a Roberto Ferreira Dias. Os textos demonstram a insistência do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde nas tratativas para a compra de doses de vacinas da AstraZeneca, embora a farmacêutica britânica não tenha uma intermediária em território nacional.
De acordo com o PM e vendedor da Davati, Luiz Paulo Dominguetti, Ferreira Dias pediu propina de um dólar por dose para viabilizar o fechamento de um contrato entre a empresa e o ministério para o fornecimento de vacinas. A proposta teria acontecido em 25 de fevereiro, durante um encontro no restaurante Vasto.
Senadores avaliam que o material entregue por Cristiano desmonta a versão de Ferreira Dias. Durante oitiva na comissão, o ex-diretor do ministério assegurou não ter participado de negociações e chegou a ser preso por perjúrio.
Em depoimento ao colegiado nesta quinta-feira, 15, Cristiano declarou que "sempre foi incrédulo" quanto à comercialização de imunizantes e assegurou que começou a dar "um pouco de atenção" depois de o ministério contatá-lo -- e não o contrário.
A abordagem de Ferreira Dias, disse Cristiano, aconteceu em 3 de fevereiro deste ano. "Vou ser bastante sincero com os senhores, eu estava absolutamente incrédulo de que era um funcionário da Saúde que estava entrando em contato comigo", comentou o representante comercial, que alegou ter até mesmo pesquisado o histórico do ex-diretor da pasta devido à suspeita de um contato fake.
Na primeira mensagem, enviada às 19 horas e 10 minutos, o ex-funcionário do ministério se apresenta: "Boa noite, Cristiano. Roberto Dias, diretor de Logística do Ministério da Saúde", escreveu. Às 19 horas e 40 minutos, uma ligação de voz perdida.
Um minuto depois, Ferreira Dias escreve novamente: "Boa noite, aguardo seu contato". Às 19 horas e 53 minutos, o ex-diretor do ministério o contata mais uma vez. "Quando puder, me ligue", disse, numa mensagem.
O representante comercial da Davati alegou ter retornado as ligações e mensagens por volta das 21 horas. "Ele queria algumas informações de como a vacina poderia chegar no Brasil, como poderia ser carregado, se seria entregue, se seria necessário disponibilizar avião da FAB", narrou.
Os parlamentares da CPI, então, frisaram que a Davati, empresa de pouca expressão, teve um tratamento totalmente inverso ao dado pelo ministério à Pfizer, que enviou dezenas de e-mails e participou de uma série de reuniões até conseguir viabilizar o contrato para o fornecimento de vacinas.
"Dada a insistência das pessoas em me procurar, eu vi como uma oportunidade de realmente prestar um bom trabalho, ser remunerado por isso. E fiz da melhor maneira que podia", afirmou Cristiano.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (4)
Maria
2021-07-15 14:19:16É interessante que tendem passar o foco da investigação para quem conduz. O governo errou . “Cada um na sua vez, cada qual no seu lugar”.
Maria
2021-07-15 13:37:37Tá difícil saber quem mente mais.
Natalia
2021-07-15 13:13:41Cada pena é uma galinha. Mesmo por vias tortas a CPI vai minando as falácias do governo e tirando as máscaras. O que importa são os fatos que ela mostra, não a atuação ou ficha corrida de seus atores, basta lembrar que mesmo não sendo exemplos de honradez e vom caráter, Roberto Jeferson e o irmão Color prestaram grandes serviços ao Brasil, independente de suas motivações. No momento Fatos são o que interessa.
Ary
2021-07-15 12:44:01Não dá , brasileiros e brasileiras uma CPI dirigida por omar Aziz e Calheiros , enerva desilude Será que eles são os mais honestos , que encontraram ,não sou masoquista é terrível não dá .