Renan cutuca governo Lula por aumento do IOF
"O vai e vem do IOF só mostra que é imperioso cortar gastos, não aumentar tributos", diz o senador, aliado de Lula

O senador Renan Calheiros (MDB-AL, foto) reclamou da gestão econômica do governo Lula após o aumento de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) — que foi revogado em parte.
"O vai e vem do IOF só mostra que é imperioso cortar gastos, não aumentar tributos. O cardápio vai desde supersalários, renegociação de contratos, venda de ativos imobiliários e revisão de subsídios. A CAE do Senado propôs este debate e está à disposição para tocá-lo", disse o senador, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, em seu perfil no X.
Curiosamente, o filho do senador, Renan Filho, que é ministro dos Transportes, contribuiu para a confusão da quinta-feira, 23, ao antecipar em alguns minutos que o governo Lula anunciaria o bloqueio de 31 bilhões de reais e o aumento do IOF.
O vazamento levou a perguntas sobre o IOF durante a entrevista coletiva em que a equipe econômica do governo anunciava o bloqueio dos 31 bilhões de reais, para cumprir o que determina o arcabouço fiscal, incomodando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Reeleição
Renan pai já confirmou que pretende se reeleger em 2026, quando partiria para o quinto mandato consecutivo como senador por Alagoas. Depois de reinar no Senado, para cuja a presidência foi eleito por quatro vezes, foi derrotado por Davi Alcolumbre (União-AP) em 2019, quando ocorreu o famigerado episódio do roubo da pasta por Katia Abreu.
O senador também aposta na reeleição de Lula. "Vai ser muito difícil derrotar o presidente Lula. No seu campo, não há quem possa substituí-lo. A economia é o grande trunfo do governo, apesar dos pesares", comentou recentemente.
IOF
O Ministério da Fazenda anunciou na noite de quinta-feira, 22, a revogação de parte do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O anúncio de que voltava atrás em parte da decisão foi feito horas depois da elevação dos valores, por causa da reação negativa à medida.
Desde então, o governo vem tentando se explicar e reduzir os danos causados, primeiro, pelo anúncio do aumento, e, depois, pelo recuo. O anúncio do aumento no IOF anulou o efeito político positivo que poderia ter o anúncio do contigenciamento de 31 bilhões de reais, que superou as expectativas do mercado.
Mesmo os aliados de Lula, como Renan, acusaram o golpe da política econômica do governo, que, depois de anunciar que não tinha mais intenção de fazer um ajuste fiscal, voltou a falar em medidas para equilibrar o caixa do governo.
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