Recado de Lira e Lula: "Responsabilidade fiscal é inegociável"
"Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem", avisou o presidente da Câmara
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL, à esquerda na foto), publicou uma mensagem para afirmar o "compromisso inabalável da Câmara dos Deputados com o arcabouço fiscal" e dizer que "qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas" vai ficar para depois.
Na mensagem publicado no X, Lira diz que "toda medida de corte de gastos que se faça necessária para o ajuste das contas públicas contará com todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa, que está disposta a contribuir e aprimorar".
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O presidente da Câmara destacou ainda que "inflação e dólar altos são mazelas que atingem de forma mais severa os mais pobres".
Dólar na Lua
O anúncio do pacote de corte de gastos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (ao centro na foto), levou o dólar a ultrapassar a barreira de 6 reais pela primeira vez na história. Em parte porque foi feito junto com a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe salário de menos de 5 mil reais.
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Foi a essa proposta que Lira se referiu quando disse que "qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem", acrescentando que isso só ocorrerá "após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas".
"Uma coisa de cada vez", finalizou o presidente da Câmara, arrematando: "Responsabilidade fiscal é inegociável".
Por que a pressa?
Próprio Haddad já tinha dito que a ampliação da isenção do Imposto de Renda só deve valer, caso aprovada, para 2026. Por que, então, o governo Lula anunciou a apresentação da proposta agora?
A resposta está nos aplausos que Lula recebeu ao mencionar o assunto em evento no Palácio do Planalto na quinta-feira, 28. Seu governo tentou balancear o desgaste político de anunciar cortes em benefícios sociais com um discurso de "justiça social".
A opção pelo discurso político, já de olho na eleição de 2026, anulou o efeito esperado pelo anúncio de cortes de gastos, que não passou a calculada mensagem de compromisso com o arcabouço fiscal.
Se o governo Lula precisava de mais alguma mensagem além da alta do dólar, Lira passou outra, O discurso pode até convencer e animar a base petista, mas o cumprimento da promessa de isenção, que depende do Congresso Nacional, é outra história.
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Comentários (2)
Amaury G Feitosa
2024-12-02 09:52:07Vou ser curto e grosso ... se o Congresso Nacional impedir o deficit monumental do qual participou com $52bilhões em emendas enfiadas rabo arriba dos manés EU de Kru prá cima chamo o Kid Bengala prá me estuprar na Praça dos Três Pôdres Poderes no mesmo lugar que aquele mané desesperado se auto explodiu.
Xico Só
2024-11-29 15:01:44Inegociável desde que os três pôdres poderes não enfiam mais um deficit no rabo dos manés ... quer um conselho? Compra vaselina que vamos ser enrabados pela quadrilha ditadora.