Quase ninguém se lembra mais de Joe Biden na convenção democrata
Se, na primeira noite da convenção do Partido Democrata em Chicago, o partido prestou uma homenagem definitiva a um animado Joe Biden, a segunda noite foi marcada pelo oposto: o nome de Biden, que é o atual presidente do país, quase não foi citado pelos oradores. Pelo discurso oficial, a esperança contra um segundo mandato...
Se, na primeira noite da convenção do Partido Democrata em Chicago, o partido prestou uma homenagem definitiva a um animado Joe Biden, a segunda noite foi marcada pelo oposto: o nome de Biden, que é o atual presidente do país, quase não foi citado pelos oradores. Pelo discurso oficial, a esperança contra um segundo mandato de Donald Trump— que até o final de junho era concentrada no político de 81 anos — agora está única e exclusivamente em Kamala Harris.
A noite foi de consagração de Kamala, que foi oficialmente nomeada como o nome democrata a presidente. Um dos primeiros a discursar na noite, o senador independente Bernie Sanders (Vermont), um dos políticos mais à esquerda na política americana, falou dos méritos do "governo Biden-Harris" e que, durante a pandemia, "nosso governo respondeu às necessidades". Sanders, às vésperas de 83 anos, havia saído em defesa de uma candidatura de Biden — agora, no entanto, pouco citou o colega de décadas de Senado.
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Um dos discursos mais esperados e aplaudidos da noite foi o da ex-primeira-dama Michelle Obama. "Tem algo mágico no ar, não tem?", iniciou Michelle, que mesmo fora da política era uma das favoritas dos americanos para a Casa Branca. "É o poder contagiante da esperança."
Em nenhum momento dos quase 20 minutos de discurso, Michelle citou o nome de Joe Biden. Como esperado, as loas foram todas à candidata. "Minha menina, Kamala Harris, está mais que pronta para este momento. Ela é uma das mais qualificadas a buscar o cargo de presidente. E ela é uma das mais dignas."
Apenas no discurso final, do ex-presidente Barack Obama, que Biden foi de fato lembrado. "Posso dizer que minha primeira decisão como indicado pelo partido para concorrer a presidente [em 2009] se tornou a minha melhor — e era pedir que Joe Biden servisse como meu vice-presidente", disse o ex-presidente. "Tenho orgulho de chamá-lo de presidente, mas ainda mais orgulho de chamá-lo de meu presidente". Ao fim, o elogio a Biden foi solitário em toda a noite.
A terceira das quatro noites da convenção democrata, nesta quarta-feira, 21, deverá ainda reservar ainda alguns momentos desse tipo. Antes do discurso de Tim Walz, o candidato a vice-presidente de Harris, deve subir ao palco Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara e uma das figuras mais fortes do partido. Nos bastidores, ela (que tem 84 anos) foi uma das principais articuladoras para que Biden deixasse a disputa, após sua idade se tornar um passivo político. Não deve se esperar do seu discurso muitos elogios ao passado.
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