Propina da OAS em esquema da Torre Pituba foi transportada até em meias
Alvo da 56ª fase da Lava Jato pelo superfaturamento na construção da Torre Pituba, sede da Petrobras em Salvador, o empresário Mário Seabra Suarez fechou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa do Paraná e tornou-se delator. Ex-sócio da Mendes Pinto Engenharia, empresa irregularmente contratada para gerir e fiscalizar a obra, ele contou detalhes do...
Alvo da 56ª fase da Lava Jato pelo superfaturamento na construção da Torre Pituba, sede da Petrobras em Salvador, o empresário Mário Seabra Suarez fechou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa do Paraná e tornou-se delator. Ex-sócio da Mendes Pinto Engenharia, empresa irregularmente contratada para gerir e fiscalizar a obra, ele contou detalhes do roteiro traçado para operacionalizar o esquema, com o transporte de propina até em meias, revelou O Antagonista.
A peculiaridade ocorreu em repasses da OAS, disse Suarez. Conforme a delação, os valores foram transmitidos a João Vaccari; ao PT da Bahia, sob responsabilidade de Carlos Dalto; e a dirigentes da Petrobras e da Petros. De acordo com o Ministério Público Federal, a propina saldada pela empreiteira e pela Odebrecht para tocar a obra chegou a R$ 68 milhões.
Em contrapartida, a OAS exigiu também o direcionamento do processo licitatório para que a Mendes Pinto vencesse a seleção, ficando responsável pela escolha dos profissionais que elaborariam os projetos para a Torre de Pituba. A proposta executiva acabou a cargo da Chibasa Projetos de Engenharia.
"Que uma vez com os valores em mão, os intermediadores se encarregavam de levar o numerário a Paulo Afonso, em Belo Horizonte ou Rio de Janeiro ou ao depoente em Salvador, em geral por transporte aéreo. O dinheiro normalmente era despachado em malas, ou trazido de forma oculta sob as roupas e em meias, e entregue em mãos a Paulo Afonso, nas localidades antes mencionadas”, atesta um trecho da delação. “Em uma determinada ocasião, o valor transportado era muito alto e Paulo Afonso determinou que alugassem um veículo para fazer trajeto Salvador/Belo Horizonte, entre os dias 25 e 27 de maio de 2012”, complementa.
Mencionado no acordo de colaboração, Paulo Afonso Mendes Pinto é pai de Marcos Felipe Mendes Pinto, que também virou delator. Já morto, o empresário trabalhava como sócio de Suarez e atuava no pagamento de propina. As delações foram homologadas pela 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba.
Paulo Afonso entregou, por exemplo, R$ 500 mil em propina ao ex-presidente da Petros Luis Carlos Fernandes Afonso, na sede da Fundação, em 2012. Conforme a delação de Suarez, o valor garantiu a assinatura de um aditivo contratual da Torre Pituba, elevando o preço da obra em 6%.
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Comentários (6)
Francisco de Freitas
2020-01-14 19:08:35Todo mundo já sabe, onde tem rastro de PT tem roubo. Como senão bastasse dinheiro roubado e escondido na cueca, em mala e em caixa de sapatos, temos agora a informação de que também em meias. Típico de ladrões gananciosos e inescrupulosos
Cássio
2020-01-14 18:15:07Quando corrupção no Brasil virar crime hediondo teremos uma nova justiça!
Maria
2020-01-14 18:10:54Até que enfim a lava jato chegou na Bahia. 🙏🙏 Espero que seja desvendado o antro de corrupção que aqui existe. Aqui é difícil de andar, só pra ter ideia, a PF desvendou duas operações no extremo sul da Bahia em 2018, até hj não deu em nada. OPERAÇÃO FRATERNOS( Eunápolis, Porto Seguro e Cabrália) E OPERAÇÃO GENESIS ( Porto Seguro).
Nilson
2020-01-14 17:01:01Esta empresa também conhecida como "obrigado amigo sogro" desde os tempos de acm, também é velha conhecida desde os anões do orçamento.
Eduardo
2020-01-14 16:10:46Mesmo chulezento dinheiro é dinheiro.
LuisR
2020-01-14 15:30:21Pelo visto operações da PF tendem ao infinito. Infelizmente estão gastando esforços a toa... Três Poderes podres cada vez mais auto-blindado, afinal os gatunos estão todos lá